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2024 Torna-se o Ano Mais Mortal para Trabalhadores Humanitários desde que Há Registo

O ano de 2024 marcou tragicamente um recorde histórico, ao tornar-se o mais letal para trabalhadores humanitários em todo o mundo, anunciou o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA). Até novembro, 281 trabalhadores humanitários perderam a vida no desempenho das suas funções, superando os números de anos anteriores, conforme indicado pela Base de Dados de Segurança dos Trabalhadores Humanitários.

Este aumento alarmante de fatalidades está intimamente ligado à intensificação de conflitos globais, sobretudo à guerra de Israel na Faixa de Gaza, que se iniciou em outubro de 2023 e já resultou na morte de mais de 320 trabalhadores humanitários. A maioria destas vítimas estava ao serviço da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Médio Oriente (UNRWA), enquanto prestava assistência em condições de extrema violência.

Contexto de Gaza e o Impacto Global

Desde que Israel declarou guerra ao Hamas, após um ataque sem precedentes deste grupo em solo israelita, a Faixa de Gaza tem sido palco de devastação. A ofensiva resultou, até ao momento, em mais de 44.000 mortos, incluindo 17.000 crianças, e mais de 104.000 feridos. Este número inclui milhares de desaparecidos, presumivelmente soterrados nos escombros.

Contudo, o OCHA sublinha que a violência contra trabalhadores humanitários não se limita a Gaza. Elevados níveis de agressões, sequestros, detenções arbitrárias e mortes também foram registados em países como o Afeganistão, Sudão do Sul, República Democrática do Congo, Ucrânia e Iémen. A maioria das vítimas são trabalhadores locais, muitas vezes membros de organizações não-governamentais ou agências da ONU.

Apelo à Proteção e Responsabilização

Tom Fletcher, subsecretário-geral para os Assuntos Humanitários, classificou esta violência como “devastadora e inaceitável”, apelando a todas as partes em conflito para que respeitem o direito internacional e protejam aqueles que arriscam a vida para prestar ajuda. “A coragem dos trabalhadores humanitários está a ser recebida com balas e bombas, numa era de impunidade que deve terminar”, afirmou Fletcher.

O Conselho de Segurança da ONU aprovou, em maio deste ano, a Resolução 2730, que solicita ao secretário-geral António Guterres a apresentação de medidas concretas para reforçar a proteção de trabalhadores humanitários. As recomendações serão debatidas numa reunião do Conselho na próxima terça-feira, 26 de novembro.

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Apesar das condições adversas, as organizações humanitárias conseguiram apoiar 116 milhões de pessoas necessitadas em 2024. O OCHA destaca o compromisso inabalável destes profissionais, mesmo perante níveis de violência sem precedentes.

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