Remendando um erro fatal do Cristianismo, O Regiões apresenta a lista anexa de Todos os Santos que, por vergonha ou esquecimento, não estão no anuário canónico nem nos ficheiros secretos. Fazemo-lo depois de uma investigação de cinco meses nas bibliotecas herméticas. Queremos assim contribuir para que se adense a fé entre os populares e se venerem os e as esquecidas. Não os esqueça agora no dia de todos os Santos. Todos.
São Rosas – De nome completo São Rosas, senhor, São Rosas, é a primeira santa portuguesa que, por medo de levar uma bordoada do marido, se tornou vegan, antes que o rex a apanhasse com o pão com chouriço no regaço.
Sãozinha – Uma jovem louca e demente, da localidade de Abrigada, que por não a deixarem ir à festa do porco assado na SFUPA se pôs a gritar que ouvia a Vírgem. Uma investigação canónica, feita a preceito, concluiu que não havia já virgem nenhuma na terra e que a miúda estava a gozar com o pagode.
Santa Comba Dão – Santa vinhateira que usava a casta pideteira e salazaragonês para obter um vinho amargo como fel, que provocava doenças aos menos afortunados, mas curava latifundiários e corporativistas. Faleceu em Cabo Verde, na ilha da Praia, sem saber onde estava.
São como índios, capitães da malta – Santo padroeiro do proxenetismo eclesiástico, que aparecia nas sacristias com os putos, os putos, pela mão, para tentar padres, cónegos e outros prelados. Os que caíssem em tentação teriam de esperar morrer ou pagar dízimo ou, pior, falar com o dr. Pedro Strecht.
Nossa Senhora da Asneira – Padroeira dos jornalistas dos canais de televisão de “notícias”, aparece subitamente nos auscultadores dos repórteres e põe-se a ler Luiz Pacheco e Mário Cesariny, o que muito ajuda nos directos e entrevistas.
São Mário Branco – Autor do Evangelho FMI, de onde se extrai Branco 12:32 «Cachucho não é coisa que me traga a mim / Mais novidade do que lagostim / Nariz que reconhece o cheiro do pilim / Distingue bem o Mortimor do Meirim / A produtividade, ora aí está, quer dizer / Há tanto nesta terra que ainda está por fazer / Entrar por aí a dentro, analisar, e então / Do meu ‘attaché-case’ sai a solução!».
Santa Co*a do Assobio – Santa arredia e longeva, que sempre que a procuravam enfiava-se na Quinta da Regaleira com o profeta Annes e ali se escondia durante três anos, até que a deixassem de procurar. Padroeira dos perdidos da linha de Sintra.
São Reset (diz-se rizete) – Santo inspirado num deus visigodo, o Deus404, que impede o bem, é agreste para as colheitas, impede a morte dos touros de morte, mesmo que já mortos. Julga-se que foi o inventor das portas, para se sair e entrar de novo.
São Migas – Antigo rei lusitano, padroeiro do pão de quatro cabeços, da linguiça e da banha, com culto abaixo do rio Tagus e capela no promontório de Grândola.
São quase Seis – Santa transgénero padroeira dos relógios de ponto e da Função Pública, que apenas recebe récitas e orações até às 18h00 e fecha-se aos feriados.