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A digitalização da Biblioteca Joanina

Mais um passo a caminho do acesso mundial à informação! Poder ler, ouvir e ver, gratuitamente e em qualquer lugar do mundo, tudo o que foi publicado ou editado!

O sonho de uma biblioteca universal, capaz de armazenar e permitir acesso a todo o conhecimento produzido no mundo acompanha a humanidade desde a invenção da escrita. Em determinados momentos históricos floresceram tentativas de concretizar esse sonho:  a Biblioteca de Assurbanípal (Assíria, século VII a.C.), a Biblioteca de Alexandria (Egito, século IV a.C), a Casa da Sabedoria, (Bagdá, Cairo e Córdoba, do séc. IX ao séc. XII d.C.) e a Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos da América (EUA, séc. XIX d.C. até hoje). Também foi identificado o ideal da biblioteca universal em iniciativas como a Encyclopédie de Diderot e d’Alembert (França, séc. XVIII d.C.)

A Biblioteca Joanina é o expoente máximo do Barroco português e considerada uma das mais ricas bibliotecas europeias. Conhecida como Biblioteca Joanina em honra e memória do Rei D. João V, que autorizou a sua construção e cujo retrato, pintado por Domenico Duprà, domina, categoricamente, o espaço do Piso Nobre. A sua construção ficou concluída em 1728. Esteve em funcionamento, como Biblioteca da Universidade, desde 1777 até à primeira metade do séc. XX.

Nos seus três pisos existem cerca de 60 mil volumes, datados do séc. XVI ao séc. XVIII, das mais variadas temáticas que, ainda hoje, podem ser ( e são, efetivamente) consultados.

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A sua digitalização, agora anunciada, conta com um financiamento de perto de oito milhões de euros, numa ação com o alto patrocínio do chefe de Estado de Sharjah, o Xeque Sultan bin Muhammad Al-Qasimi, distinguido em 2018 como Doutor Honoris Causa pela Universidade de Coimbra.

O Dia Internacional para o Acesso Universal à Informação celebra-se a 28 de setembro, e tem como objetivo sensibilizar para a necessidade de cada indivíduo ter acesso à informação como expressão da sua liberdade e como ferramenta para a possibilidade de participar na esfera pública e na sociedade civil, levando em conta a importância do espaço online para o acesso à informação.

Oito milhões de euros é muito dinheiro para preservar, recuperar e tornar mais acessível um fundo documental de 30 mil volumes? Não, desde que tenham sido consideradas as diversas formas para utilizar tal quantia, levando em conta o acervo de dois milhões de obras da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra.

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Joaquim Correia
Joaquim Correia
“É com prazer que passo a colaborar no jornal Regiões, até porque percebo que o conceito de “regiões” tem aqui um sentido abrangente e não meramente nacional, incluÍndo o resto do mundo. Será nessa perspectiva que tentarei contar algumas histórias.” Estudou em Portugal e Angola, onde também prestou Serviço Militar. Viveu 11 anos em Macau, ponto de partida para conhecer o Oriente. Licenciatura em Direito, tendo praticado advocacia Pós-Graduação em Ciências Documentais, tendo lecionado na Universidade de Macau. É autor de diversos trabalhos ligados à investigação, particularmente no campo musical

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