Os sociais-democratas, socialistas e liberais do Parlamento Europeu chegaram a um acordo para aprovar a nova Comissão Europeia, pondo fim a um impasse de vários dias marcado por intensas negociações e cedências entre as principais forças políticas.
O compromisso foi alcançado na tarde desta quarta-feira, durante uma reunião à porta fechada em Bruxelas, envolvendo representantes do Partido Popular Europeu (PPE), dos Socialistas e Democratas (S&D) e da bancada liberal Renovar a Europa. O consenso permite reunir os dois terços necessários para aprovar os sete nomes pendentes do colégio de comissários, composto por 26 membros e liderado, pela segunda vez, por Ursula von der Leyen.
Os principais desenvolvimentos
Entre os nomes aprovados estão os seis candidatos a vice-presidentes da Comissão Europeia e o comissário indigitado pela Hungria, Oliver Várhelyi, a quem foi atribuída a pasta de Saúde e Bem-Estar Animal. A aprovação do húngaro estava suspensa devido a dúvidas manifestadas pelos eurodeputados, mas será avaliada juntamente com os vice-presidentes.
A nova composição inclui:
Kaja Kallas como Alta Representante para os Assuntos Externos.
Raffaelle Fitto como vice-presidente executivo para a Coesão e Reformas.
Teresa Ribera como vice-presidente executiva para uma Transição Limpa, Justa e Competitiva.
Henna Virkkunen como vice-presidente executiva para a Soberania Tecnológica, Segurança e Democracia.
Stéphane Séjourné como vice-presidente executivo para a Prosperidade e Estratégia Industrial.
Roxana Mînzatu como vice-presidente executiva para as Pessoas, Competências e Preparação.
No entanto, Teresa Ribera e Raffaelle Fitto continuam a gerar controvérsia. A espanhola enfrenta processos relacionados com as devastadoras inundações no seu país, mas o PPE aceitou não exigir a sua demissão caso as acusações avancem. Por sua vez, o S&D abdicou de exigir a retirada do italiano da vice-presidência, ultrapassando assim os impasses políticos.
Próximos passos e cronograma
O pacote final será submetido a aprovação em duas etapas: na Conferência de Presidentes, agendada para esta quinta-feira, e no plenário do Parlamento Europeu, no próximo dia 27 de novembro. Caso a votação seja bem-sucedida, o novo executivo comunitário tomará posse a 1 de dezembro.
Este acordo marca um passo importante para garantir o funcionamento pleno da Comissão Europeia num momento de desafios significativos para a União, reafirmando a capacidade de compromisso entre as forças políticas.
