Alexandre Herculano, de seu nome completo Alexandre Herculano de Carvalho Araújo, nasceu em Lisboa no dia 28 de Março de 1810 e faleceu em Quinta do Vale dos Lobos – Azóia de Baixo – Santarém, no dia 13 de Setembro de 1877.
Alexandre Herculano foi um escritor romântico tal como João de Almeida Garrett, Camilo Castelo Branco (a maioria das suas obras seguiram a corrente do romantismo) e Júlio Dinis (parcialmente um escritor romântico). Foi um jornalista, poeta, escritor, historiador, polemista e político.
Alexandre Herculano estudou Humanidades no Colégio dos Oratorianos com objectivo de ingressar na Universidade, mas teve que abandonar os estudos para acompanhar o seu pai que ficou cego. Ficou então apenas com um curso Comercial, estudos de Diplomacia (Paleografia) e de Línguas.
Alexandre Herculano, desde muito jovem, era dedicado à leitura e escrita, tendo traduzido escritores românticos: Schiler, Klopstock, Chateaubriand, … Chegou a frequentar os salões da Marquesa de Alorna (uma notável poetisa).
Em 1831, Alexandre Herculano teve que se exilar, pois esteve envolvido numa conspiração contra o regime Monárquico, tradicionalista e miguelista. Esteve no Reino Unido – Inglaterra e França – onde contactou com as obras de escritores notáveis como Thierry, Guizot, Vítor Hugo e Lamennais; em 1832, chegou às Ilhas dos Açores – Ilha Terceira para integrar a expedição militar liberal do Rei Dom Pedro IV, a fim de combater contra as forças militares miguelistas; em 1833, após ter participado no cerco do Porto no confronto militar entre liberais e tradicionalistas, passa a ser segundo bibliotecário da Biblioteca Pública; entre 1834 e 1835, colaborou no Repositório Literário; em 1836, veio a público a primeira série “A Voz do Profeta” contra os setembristas; em 1837, funda a revista “Panorama”, revista literária e romântica; em 1838, publica “A Harpa do Crente”; em 1839, foi nomeado pelo Rei Dom Fernando II Bibliotecário-Mor das Reais Bibliotecas das Necessidades e da Ajuda; em 1842 publica a “Revista Universal Lisbonense”; em 1851, compila várias obras em “Lendas e Narrativas”.
Alexandre Herculano, inspirado nos romances do escritor escocês Sir. Walter Scott, publica “O Bobo”, “Eurico o Presbítero”, “O Monge de Cister” e o “Pároco da Aldeia” (este último inspirado num ambiente campestre). Também publica a História de Portugal em três volumes, funda dois jornais: “O País” e “O Português”. Publica a História da Santa Inquisição em três volumes, participou na redacção do primeiro Código Civil Português (1866).
Alexandre Herculano, como político era um cartista, mas passou a ser progressista da ala dos defensores da Carta, tendo sido deputado em 1840; em 1841, abandona a política desiludido com a actividade parlamentar; em 1842 manifestou-se contra a restauração da Carta por Costa Cabral, pois havia optado por seguir a moderada Constituição de 1838; em 1851 após o golpe da regeneração colaborou na formação do novo governo, mas iria mudar de posição, pois era contra as políticas de António Fontes Pereira de Melo; em 1867, desiludido deixa definitivamente a política, vai para a sua Quinta de Vale de Lobos e aí dedica-se à agricultura, continuando sempre a escrever.