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Antigo ministro das Finanças Vítor Gaspar abandona FMI

Vítor Gaspar, ex-ministro das Finanças do governo PSD-CDS de Pedro Passos Coelho, anunciou que “tenciona abandonar” cargo de chefia “em novembro de 2025”. Para a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, o economista “deixará um legado de luta pela implementação de políticas sólidas, defendendo as populações mais frágeis e encontrando maneiras de lidar com a desigualdade”

Vítor Gaspar comunicou ao Fundo Monetário Internacional (FMI) a intenção de se retirar do cargo de diretor do departamento de finanças públicas da instituição. A informação é avançada num comunicado do FMI, enviado esta segunda-feira, que indica que o português pretende sair em novembro de 2025 ao fim de 11 anos no cargo.

A presidente do FMI, Kristalina Georgieva, realça que Vítor Gaspar trabalhou para construir a capacidade técnica do fundo na área das finanças públicas, incluindo impostos, receitas e despesas do Estado e gestão pública. “Vai deixar um legado de luta pela implementação de políticas sólidas, apelando à defesa das populações mais frágeis e encontrando caminhos para atacar as desigualdades”.

Vítor Gaspar foi ministro das Finanças do Governo de Pedro Passos Coelho entre junho de 2011 e julho de 2013, quando se demitiu do cargo, em pleno período de intervenção da troika. A sua demissão deu origem ao famoso episódio do “irrevogável”, protagonizado por Paulo Portas que ameaçou sair da coligação do Governo por discordar da escolha do PSD para a pasta das Finanças.

A saída limpa de Portugal do programa de assistência seria protagonizada pela sua substituta, Maria Luís Albuquerque. Vítor Gaspar integrou o FMI quando Christine Lagarde era diretora-geral da instituição. Antes de Gaspar, o economista António Borges (falecido em 2013), tinha sido diretor do FMI para a Europa.

Em comunicado, o FMI destaca o papel do departamento chefiado por Vítor Gaspar na resposta do fundo à crise pandémica e nas recomendações então dadas aos países membros. Refere que o português foi também supervisor de grupos dedicados criados no seu departamento para ajudar os países a gerirem os desafios orçamentais gerados pelas transições estruturais.

O FMI lembra que em 2015, Gaspar dinamizou de um evento anual, a conferência Richard Goode, para promover a troca de ideias entre investigadores e académicos nas políticas de finanças públicas.

“O Vítor tem sido um mentor para os colegas em toda a instituição e fomentou uma forte cultura de serviço público dentro do seu departamento. A equipa de gestão sénior e eu estamos especialmente gratos pela sua partilha franca das análises e expetativas do seu departamento, bem como pelas suas abordagens inovadoras no fornecimento de apoios qualificados ao nossos membros”, afirma ainda a diretora-geral do FMI.

Perfil profissional

 “Vítor Gaspar licenciou-se na Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa, em 1982, e obteve o grau de mestre pela Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, em 1985”. “É doutor em Economia por esta mesma escola (1988)”.

“Entre outros, desempenhou os seguintes cargos: diretor do Departamento de Estudos Económicos no Ministério das Finanças, no período de 1989 a 1992; consultor da administração no Banco de Portugal, de janeiro de 1993 a outubro de 1994; diretor do Departamento de Estudos Económicos do Banco de Portugal, de outubro de 1994 a setembro de 1998”, segundo o site oficial do executivo português.

Depois disto, teve início a sua carreira internacional. Foi “diretor-geral de Estudos Económicos no Banco Central Europeu, de setembro de 1998 a dezembro de 2004; diretor do Gabinete de Conselheiros de Política Económica da Comissão Europeia [liderada então por José Durão Barroso, também do PSD], de janeiro 2007 a fevereiro de 2010”.

Finda a experiência em Bruxelas, Gaspar regressa a Portugal e é novamente contratado como “consultor no Banco de Portugal, de março de 2010 a junho de 2011”, refere a mesma fonte oficial.

Depois foi para o governo que aplicou o programa de ajustamento e austeridade da troika. É sua a célebre expressão “enorme aumento de impostos”, o agravamento brutal por si idealizado e implementado, em 2012/2013, para fazer baixar o défice orçamental e tentar travar a escalada da dívida pública.

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