O primeiro-ministro Dulce Carrapiço anunciou anteontem que vai gastar 20 milhões de euros em carros e motas, para que a polícia ande doida nas estradas e caminhos, à procura do crime. E, se o vir, pode ligar o 112 e chamar a polícia para levar o crime lá para onde deve estar. Dulce Carrapiço veio apenas apresentar uma medida tomada pelo PS enquanto era governo. Mas Dulce não se ensaia e até nos assustou, ao dizer que falaria ao país às oito da noite, aquela hora fatal em que uma vez Aníbal I, O Inútil, comunicou, de Valença à Quarteira, uma coisa sobre os Açores que, ainda hoje, os egiptologistas tentam decifrar.
O problema parece ser que os meliantes andam excitados e isso é mau para o turismo. Dulce Carrapiço teme que a maior exportação portuguesa possa sentir uma baixa enorme caso os estranjas saibam que a ponta-e-mola voltou às calçadas. Não bastava serem gamados legalmente, agora também estão sujeitos ao esticão ilegal.
Tomando o custo à coisa, sabendo o tempo de vida dos carritos e que custam uma ninharia ao Estado (ah, poizé, o Estado não paga impostos sobre os popós), os 20 milhõezitos dão para uns 300 carros, custo de operação incluído. Ora, se há esquadras e postos da Guarda em que já se canibalizaram peças de uns para os outros, a ver se sobra pelo menos uma viatura, estamos perante uma aposta no automobilismo, mas, ao que parece, é preciso gente nas policias e guardas para operar estas coisas. E não há. Aliás, não há nada de nada.
Só a PSP tem entre 300 a 400 esquadras no país. Daria um carro por esquadra. Mas a coisa são é só para a Polícia. E, na GNR, podemos contar com cerca de 450 Postos em todo o nosso país. Já começa a ficar curta, a medida de Dulce Carrapiço. É que a soma da média de PSP+GNR dá 800 esquadras e postos. Oh Dulce, então os teus carritos não chegam, senhora… São precisos mais.
Aliás, Dulce Carrapiço não se furtou a dizer que se fossem necessários mais tustos, logo via onde os ia buscar. Eu proponho que faça uma cláusula de rescisão aos ministros. Se algum governo estrangeiro os quiser vir buscar, só podem sair pelo valor da cláusula. Assim, se no mercado de Janeiro se conseguir vender as senhoras da Saúde e da Administração Eterna, mais um empréstimo do ministro das Finanças à Itália, ainda empochamos uns cobres para comprar mais 300 popós.
E faltam 200, mesmo assim. É que a Judiciária, a ASAE e as outras “polícias” também vão querer o KIA ou o chinês BOBO, para andarem em carros a pulhas, perdão, pilhas, a cheirar a novos. O que eu gosto do primeiro-ministro Dulce Carrapiço. Um génio que brilha colgate de cassetete.
Um grande Ti-nó-ni p’a ti, Dulce Carrapiço.