Um ano depois do homicídio do agente da Polícia de Segurança Pública (PSP), Fábio Guerra, natural da Covilhã, um dos suspeitos da prática do crime continua a monte. Clóvis Abreu fugiu após saber que o agente morreu no hospital. Chegou a prometer entregar-se mas desistiu. As autoridades não têm pistas sobre o paradeiro de Clóvis e também parece terem desistido da caça ao homem.
Em prisão preventiva estão os dois fuzileiros Vadym Hrynko e Cláudio Coimbra, acusados do homicídio do polícia de 27 anos, que em noite de folga foi até uma discoteca para se divertir e acabou por intervir numa rixa alheia.
Fábio Guerra morreu a 21 de março de 2022, dois dias depois de ter sido espancado violentamente no meio de uma rixa que começou no 1º piso da Discoteca Mome, em Lisboa. Segundo a acusação do Ministério Público, “por motivos desconhecidos” o fuzileiro Cláudio Coimbra, descrito pela procuradora Felismina Carvalho Franco como um “campeão de boxe”, desentendeu-se com Cláudio P., um cliente da discoteca, que foi agredido “com empurrões e cabeçadas”. Quando a vítima tentou reagir, Vadym Hrynko, também fuzileiro, e amigo de Cláudio Coimbra, “interveio” e “desferiu-lhe um soco no rosto”, que terá tombado Fábio Guerra inconsciente.
O agressor Clóvis terá aproveitado o facto de Fábio Guerra estar no chão para o pontapear violentamente na zona da cabeça, provocando-lhe lesões críticas no cérebro que resultaram na morte do jovem agente. Fábio terá sido ainda apedrejado pelo mesmo individuo.
Fábio Guerra não resistiu aos graves ferimentos e morreu no Hospital de S. José, em Lisboa.
A investigação da Polícia Judiciária identificou três agressores: os dois fuzileiros Vadym Hrynko e Cláudio Coimbra e ainda Clóvis Abreu, que fugiu logo após saber que o agente não resistiu às lesões.
Os dois fuzileiros foram detidos, presentes a tribunal e foi-lhes aplicada a prisão preventiva. Aguardam o julgamento que ainda não tem data marcada.
“O Ministério Público requereu o julgamento, perante tribunal coletivo, de dois arguidos pela prática de um crime de homicídio qualificado, três crimes de ofensas à integridade física qualificadas e um crime de ofensas à integridade física simples”, informou uma nota publicada no site da Procuradoria da República da comarca de Lisboa.
Nos meses seguintes a PJ lançou a caça ao homem Clóvis Abreu que começou em Espanha, para onde a polícia suspeitou que tinha fugido.
A fotografia de Clóvis foi divulgada e, no entretanto surge o advogado do Porto, Aníbal Pinto, como sendo o representante do foragido a negociar a entrega às autoridades. A negociação caiu por terra e Clóvis também se eclipsou.
Nem advogados, nem contatos, nem pistas que possam sequer apontar um possível país onde o terceiro homicida de Fábio Guerra se esconde.
E a família do agente da PSP não se conforma com o desaparecimento de Clóvis Abreu. Não aceita que o terceiro homem continue a monte.
Os familiares do polícia morto receberam do Estado uma indemnização de cerca de 175 mil euros e Fábio recebeu também muitas homenagens pelo ato de agir como um Polícia mesmo estando de folga. Um ato heróico que lhe tirou a vida.