Sexta-feira,Janeiro 24, 2025
10.7 C
Castelo Branco

- Publicidade -

Associação 25 de Abril Rejeita Comemorações do 25 de Novembro no Parlamento

A Associação 25 de Abril, presidida pelo capitão de Abril Vasco Lourenço, recusou o convite do presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, para participar na sessão solene em comemoração do 25 de Novembro. Em nota oficial, a organização criticou a decisão parlamentar de celebrar exclusivamente esta data, afirmando que a iniciativa representa uma “enorme e clara deturpação dos acontecimentos históricos” relacionados à caminhada do Movimento das Forças Armadas (MFA)

No comunicado divulgado na última quinta-feira, Vasco Lourenço destacou que o 25 de Abril, marco da Revolução dos Cravos, é o dia que simboliza “a Liberdade, a reconstrução da Democracia e a Paz”, e reforçou que nenhum evento subsequente pode igualar-se ao significado deste. Para a Associação 25 de Abril, a decisão do Parlamento subverte a narrativa histórica ao dar destaque isolado ao 25 de Novembro de 1975, data marcada por uma contra-ofensiva militar que pôs fim às tensões entre diferentes fações do processo revolucionário.

“O 25 de Abril é o ‘dia Inicial, Inteiro e Limpo’, o dia de Grândola, Vila Morena. Todos os acontecimentos posteriores foram vitórias do MFA e do povo, mas jamais terão o mesmo peso que o início da liberdade”, afirmou Lourenço.

A decisão dos deputados de celebrar o 25 de Novembro, ignorando o contexto amplo das transformações iniciadas pela Revolução dos Cravos, foi alvo de duras críticas pela Associação. Segundo Lourenço, embora reconheça que momentos-chave como o “28 de Setembro de 1974”, o “11 de Março de 1975” e o próprio “25 de Novembro de 1975” mereçam ser evocados, isso não deve ocorrer em detrimento do 25 de Abril.

A nota sublinha ainda que os valores conquistados em 1974 são constantemente ameaçados por “saudosos do passado”, que, segundo a associação, aproveitam-se do período democrático para desvirtuar os ideais do MFA e construir uma sociedade mais limitada e controlada.

Vasco Lourenço reforçou que a Associação 25 de Abril não contesta o direito da Assembleia da República de decidir sobre as comemorações que organiza. No entanto, a escolha de destacar o 25 de Novembro sem o devido contexto histórico é vista como um “retrocesso” na narrativa oficial, que deveria privilegiar os valores democráticos e de liberdade inaugurados pela Revolução dos Cravos.

Ao rejeitar o convite, a Associação reafirmou sua missão de proteger o legado do 25 de Abril, considerado o marco inicial do Portugal democrático, contra interpretações que possam ofuscar a sua relevância.

Enquanto o Parlamento segue com a sessão solene, a decisão da Associação 25 de Abril lança um debate sobre como Portugal revisita a sua história, equilibrando celebrações de momentos decisivos sem comprometer os princípios fundamentais de sua democracia.

- Publicidade -

Não perca esta e outras novidades! Subscreva a nossa newsletter e receba as notícias mais importantes da semana, nacionais e internacionais, diretamente no seu email. Fique sempre informado!

Partilhe nas redes sociais:

Destaques

- Publicidade -

Artigos do autor