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Ataque a Consulado venezuelano ainda não foi reivindicado

O ataque ao Consulado Geral venezuelano, no sábado à noite, não causou vítimas ou danos de maior. Segundo testemunhas, “foi uma espécie de cocktail molotov improvisado”. Este episódio aconteceu depois de o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ter tomado posse na sexta-feira para um terceiro mandato de seis anos, apesar de a oposição contestar os resultados das últimas eleições presidenciais. O atentado ainda não foi reivindicado.

O Consulado Geral da Venezuela em Lisboa sofreu no sábado à noite um ataque com um engenho explosivo, que não causou vítimas ou danos de maior. O atentado ocorreu enquanto as instalações diplomáticas estavam fechadas, não havendo registo de vítimas ou de danos materiais de grande monta. A Polícia Judiciária está a investigar o caso, tentando identificar os autores e os motivos por trás do ataque.

O episódio ocorre num contexto de tensão crescente relacionado à situação política na Venezuela. Nos últimos dias, diversas manifestações marcaram as ruas de várias capitais internacionais, incluindo Lisboa, em protesto contra a recente tomada de posse do presidente Nicolás Maduro.

O líder venezuelano, que permanece no poder desde 2013, tem enfrentado forte contestação, tanto interna quanto externa, devido a acusações de repressão, fraude eleitoral e gestão desastrosa da economia do país.

Em Lisboa, esses protestos têm ganho visibilidade, com centenas de manifestantes concentrados em actos pacíficos nas últimas semanas. Em Portugal, realizaram-se na quinta-feira manifestações contra o Governo de Maduro, em simultâneo, nas cidades de Aveiro, Porto, Faro, Beja, Lisboa e Funchal.

Até ao momento, nenhuma organização reivindicou a autoria do ataque, e os investigadores continuam a reunir provas no local. Segundo testemunhas relataram à PSP, pelas 22 horas, de sábado, uma pessoa atirou “uma espécie de cocktail molotov improvisado contra uma parede” da representação diplomática da Venezuela em Lisboa, que estava fechada àquela hora.

Fonte policial acrescenta que nenhuma pessoa foi atingida e que só foram registados danos num estore, que ficou danificado. “Parece ter sido mais um ato simbólico, uma vez que foi contra o edifício”, acrescentou. Segundo a mesma fonte “não existem mais desenvolvimentos. Estamos a apurar o que se passou”.

Referindo-se a este ataque, o ministro dos Negócios Estrangeiros venezuelano, Yván Gil, disse em Caracas que nenhuma agressão “descontrolada” impedirá a “revolução bolivariana”.

“O fascismo atacou a sede do nosso Consulado Geral em Lisboa, Portugal, com bombas incendiárias, atacando os serviços prestados aos nossos compatriotas. As agressões irracionais dos grupos desequilibrados não conseguirão inverter os avanços da Revolução Bolivariana”, afirmou, numa mensagem partilhada na plataforma Telegram.

O representante do Governo venezuelano congratulou-se por, devido à rápida intervenção das autoridades portuguesas, não terem ocorrido danos de maior e manifestou-se confiante de que “as investigações iniciadas permitirão identificar os responsáveis e determinar as correspondentes responsabilidades”.

Este episódio aconteceu depois de o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ter tomado posse para um terceiro mandato de seis anos – na sexta-feira – apesar de a oposição contestar os resultados das últimas eleições presidenciais na Venezuela.

Governo português condena…

Entretanto, o governo português disse condenar “veementemente” o ataque ao consulado da Venezuela. A declaração foi publicada, no X, na conta oficial do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.

“O Governo português condena veementemente o ataque ao consulado da Venezuela em Lisboa. Determinou um reforço imediato da segurança e uma investigação policial”, escreveu a conta oficial defendendo ainda que “a inviolabilidade das missões diplomáticas tem que ser respeitada em todos os casos”.

… e venezuelanos radicados em Portugal também

As associações de apoio aos venezuelano residentes em Portugal, a Venexos e a ConVZLA Portugal, apesar de não concordarem com o regime de Nicolás Maduro, foram céleres a condenarem este atentado.

A associação Venexos, que apoia os venezuelanos residentes em Portugal, condenou o ataque ao Consulado Geral da Venezuela em Lisboa e disse confiar que os seus autores serão levados à Justiça.

“Confiamos que as autoridades competentes conduzirão as devidas investigações para que os responsáveis sejam identificados e levados à justiça”, adiantou em comunicado a associação criada em 2014.

Também o Comando ConVzla Portugal, que organizou a manifestação por uma Venezuela “livre, justa e democrática” em várias cidades portuguesas, emitiu um comunicado em que condena veemente o ataque ao Consulado, “um acto que afronta a ordem pública, a segurança e a convivência pacífica entre o povo português e a diáspora venezuelana”.

“Apoiamos a posição do Governo português, que classificou o acto como intolerável e reforçou a necessidade de respeitar a inviolabilidades das missões diplomáticas”, acrescenta.

O Comando ConVzla Portugal diz confiar nas autoridades para levarem a cabo uma investigação rigorosa “que responsabilize os culpados”, reiterando o compromisso de promoção da harmonia social e rejeita qualquer tipo de violência, pois foi ela que levou milhões de venezuelanos a fugir do seu país.

A ConVZLA Portugal explica que actualmente a Venezuela atravessa uma das crises mais graves da sua história, marcada por um colapso económico, social e político que tem empurrado milhões de cidadãos para a pobreza extrema e forçado um êxodo sem precedentes. “Apesar das eleições terem expressado de forma clara e legítima a vontade popular, com a vitória de Edmundo González Urrutia, o regime em vigor insiste em ignorar este mandato democrático, perpetuando a instabilidade e o sofrimento de milhões de venezuelanos”.

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