As Paralimpíadas de Paris 2024 acabaram neste domingo, mas vários momentos prometem ficar eternizados. Desde o dia 28 de agosto, a capital francesa foi palco de disputas do mais alto nível e de muitos episódios emocionantes. Portugal sai dos Jogos Paralímpicos Paris2024 com sete medalhas conquistadas, elevando para 101 o número de pódios conseguidos em 12 participações na competição.
Os Jogos Paralímpicos de Paris-2024 chegaram ao fim, neste domingo (8 de setembro). Sob chuva, um lotado Stade de France voltou a receber a cerimónia de encerramento do maior evento esportivo do planeta. Com uma forte celebração à diversidade e inclusão, o evento passou o bastão para Los Angeles-2028. Agora, o país passou a chama olímpica para os Estados Unidos, que acolherá a edição de 2028, em Log Angeles.
A Cerimónia de Encerramento começou com o hino francês no Stade de France, seguindo-se o desfile das delegações, ao som de uma orquestra, tocando vários estilos musicais, como Voyage Voyage, de Desireless e I Will Survive, de Gloria Gaynor. Além do espectáculo de luzes e a animação do público presente.
Portugal concluiu a participação nos Jogos Paralímpicos Paris 2024 com sete medalhas: duas de ouro por Miguel Monteiro no lançamento do peso F40 de atletismo e Cristina Gonçalves em individuais BC2 de boccia, uma de prata por Sandro Baessa nos 1500m T20 de atletismo e quatro de bronze por Diogo Cancela nos 200 metros estilos SM8 de natação, Luís Costa no contrarrelógio H5 de ciclismo de estrada, Djibrilo Iafa em -73kg J1 de judo e Carolina Duarte nos 400m T13 de atletismo, para além de 18 diplomas paralímpicos conquistados em classificações obtidas do 4.º ao 8.º lugares.
O atleta Lenine Cunha não esperava uma prestação tão boa da comitiva lusa nos Jogos Paralímpicos de Paris. Em declarações à TSF, o mais medalhado dos atletas paralímpicos portugueses de sempre afirma que o sucesso de Portugal pode ser explicado pelo aumento das bolsas para os desportistas e dá os parabéns aos colegas.
“Faço um balanço bastante positivo, até acho que superou as minhas expectativas. Os atletas estiveram muito bem, não poderia dizer mais do que parabéns a todos, foram excecionais, foram espetaculares. Desde que houve o aumento das bolsas paralímpicas, os atletas que tiveram mais condições de treino e de vida, puderam preparar-se sem preocupações e acho que isso foi uma grande ajuda do Governo, do próprio Comité Paralímpico de Portugal e das federações de cada modalidade”, explica Lenine Cunha, confessando que sai de Paris “realizado”, mesmo que não tenha competido nos Jogos deste ano.
“Mudei a minha vida toda para conseguir vir a Paris competir. Mudei de treinador, fui para Lisboa treinar – eu sou do Porto. A época começou muito boa, depois tive anemia no final de fevereiro, estava a recuperar da anemia, fui ao Campeonato do Mundo, já com uma marca bastante razoável, mas chego do Campeonato do Mundo, no Japão, e uma semana depois fiz uma rutura. A rutura no posterior direito acabou com o meu sonho de vir competir”, salienta.
”Andei um bocadinho em baixo, mas consegui levantar-me – como todas as vezes o faço na minha vida – e consegui estar aqui, não a competir, mas fora. Fui eleito para a Comissão de Atletas
Paralímpicos Internacional. Foi uma surpresa para mim, mas ainda mais surpresa foi quando recebemos o comunicado oficial a dizer que eu tinha sido o mais votado. Fiquei em choque, porque não contava nada. Mesmo não competindo, saio daqui realizado”, garante.
Na cerimónia de encerramento participou como membro recém-eleito do Conselho de Atletas Paralímpicos do Comité Internacional.