Na proximidade das eleições autárquicas, a análise do desempenho dos presidentes de câmara na Beira Baixa revela uma paisagem política e administrativa diversa, composta por onze municípios que enfrentam desafios significativos na promoção do desenvolvimento e bem-estar das populações. De Belmonte a Vila de Rei, passando por Castelo Branco, Covilhã, Fundão, e outros concelhos, emerge um cenário onde se distinguem autarcas que marcaram a diferença e outros que evidenciam a necessidade de uma renovação urgente de lideranças.
Lideranças que Fizeram a Diferença
Entre os autarcas que deixam uma marca positiva, destaca-se António Pinto Dias Rocha, presidente de Belmonte, eleito pelo PS, no seu último mandato. Reconhecido pela sua gestão equilibrada e atenta às necessidades locais, sai com um legado sólido.
Na Covilhã, Vítor Manuel Pinheiro Pereira, também do PS, destaca-se pela criação de empregos e pela atração de investimentos privados. A cidade tem beneficiado de um dinamismo económico que coloca a autarquia como um exemplo regional.
No Fundão, Paulo Alexandre Bernardo Fernandes, do PSD, encerra o mandato com melhoramentos significativos. A aposta em empresas privadas dinamizou o concelho, criando uma base sólida para o futuro.
Outros exemplos de sucesso incluem António Luís Beites Soares, PS de Penamacor, cuja marca “Vila Madeiro” é um símbolo de inovação e dinamismo, e Luís Miguel Ferro Pereira, PS de Vila Velha de Ródão, que garantiu emprego e atraiu empresas para o concelho.
Em Vila de Rei, Ricardo Jorge Martins Aires, do PSD, e Miguel Marques, do PSD de Oleiros, demonstraram um compromisso com o desenvolvimento económico e social, mantendo a coesão das comunidades locais. Em Proença-a-Nova e Sertã, João Manuel Ventura Grilo de Melo Lobo do PS e Carlos Miranda, também PS, respetivamente, destacaram-se pela aposta no emprego e na educação, consolidando a qualidade de vida nas suas regiões.
Gestões que Falharam em Servir o Interesse Público
Contudo, nem todos os líderes responderam às expectativas. Armindo Moreira Palma Jacinto, PS de Idanha-a-Nova, termina um mandato marcado por controvérsias judiciais e uma gestão desastrosa, que deixou o concelho estagnado.
Em Castelo Branco, Leopoldo Martins Rodrigues, PS, no seu primeiro mandato, apresenta-se como uma das maiores desilusões políticas pós-25 de Abril na cidade. A incapacidade de atrair investimento, somada à saída de empresas, ameaça a estabilidade económica e social da região.
A Urgência da Renovação e da Responsabilidade
As próximas eleições trazem a oportunidade de reforçar a responsabilidade e a transparência na gestão pública. Em territórios do interior, onde os desafios demográficos e económicos são amplificados, os eleitores têm o poder de escolher líderes que compreendam a nobreza da causa pública e estejam dispostos a priorizar o bem comum em detrimento de interesses pessoais.
Uma Região com Potencial por Explorar
A Beira Baixa é um território com riqueza cultural, histórica e natural, mas carece de uma estratégia coesa e de lideranças visionárias para transformar desafios em oportunidades. O balanço dos mandatos na região é um reflexo da importância de uma gestão local que combine capacidade técnica, integridade e compromisso com a valorização das populações.
As autárquicas de 2025 não são apenas uma disputa política; são uma decisão sobre o futuro do interior de Portugal. É urgente que os eleitores escolham líderes capazes de transformar a realidade, abandonando as escolhas que perpetuam o imobilismo e a falta de visão.