Bebé milagre nasce nos escombros do sismo.
A família da bebé fugiu de Deir Ezzor, na Síria, por estar em maior segurança em Jandairis, localidade controlada desde 2018 por forças turcas e grupos rebeldes pró-turcos.
Afinal foi ali que todos morreram, não pela guerra, mas vítimas do sismo. Pai, mãe e três filhos menores ficaram soterrados. A mãe estava em final de gestação e entrou em trabalho de parto já debaixo dos escombros. Mesmo gravemente ferida conseguiu dar à luz a bebé. Foi o último sofrido fôlego desta mãe.
A recém-nascida sobreviveu ao sismo, a um parto inusitado debaixo dos escombros e à morte da mãe após a parir.
Ficou ali, ainda ligada à progenitora pelo cordão umbilical, ferida, indefesa e gelada durante cerca de sete horas.
Quando outros elementos da família encontram nos escombros os parentes já mortos, ouviram um ruído de choro e perceberam que a menina tinha nascido e, milagre, estava viva.
A bebé foi levada para um hospital na cidade vizinha de Afrin, onde foi colocada numa incubadora, ao mesmo tempo que lhe eram injetadas vitaminas.
“Estava com os membros entorpecidos pelo frio. A pressão arterial tinha caído. Prestamos os primeiros socorros e colocámo-la a soro porque não mamava há muito tempo”, disse à AFP o médico sírio Hani Maarouf, adiantando que a bebé sofreu alguns hematomas, mas que o estado de saúde é estável.
“Provavelmente nasceu sete horas depois do terremoto”, acrescentou, indicando que a bebé pesa 3,175 quilogramas, pelo que, disse o médico, nasceu no tempo certo. E apesar do tempo certo no local errado, esta menina nasceu já uma vencedora para a vida.
Homenagem
Não é ainda conhecido o nome da menina mas poderia bem chamar-se Jinwar, o nome de uma aldeia Síria construída e habitada unicamente por mulheres e crianças. Seria uma trágica mas também bela homenagem à mãe e à filha.