Antigo secretário-geral do PS conta com o apoio das federações de Setúbal e Coimbra. Candidatura será formalizada na cidade onde reside
António José Seguro apresenta oficialmente a candidatura à Presidência da República no próximo dia 15 de Junho, nas Caldas da Rainha, cidade onde vive. A confirmação foi obtida pelo jornal junto de fontes próximas do antigo secretário-geral do Partido Socialista, que preparam um evento público com apoiantes e dirigentes locais.
A intenção de concorrer a Belém já era comentada nos bastidores do PS desde o início do ano, mas ganha agora forma com o agendamento formal da apresentação. Seguro aposta numa candidatura assente na “serenidade democrática” e na “confiança nas instituições”, segundo afirmou numa recente comunicação interna dirigida a militantes socialistas.
Apesar de ainda não ter sido formalmente apoiado pela direcção nacional do PS, várias estruturas regionais do partido já tornaram público o seu apoio à candidatura, entre elas as federações de Setúbal e Coimbra, duas das mais influentes na máquina partidária. Também autarcas e antigos governantes ligados a Seguro nos tempos em que liderou o PS (2011-2014) têm manifestado apoio discreto ao movimento.
A apresentação do dia 15 será feita em ambiente aberto, num auditório municipal das Caldas da Rainha, com a presença de diversas personalidades do centro-esquerda e representantes de movimentos da sociedade civil. Segundo apurou o jornal, o discurso de anúncio deverá centrar-se na necessidade de “reconciliar os portugueses com a política” e no “reforço da coesão territorial”.
O percurso político de Seguro é extenso: foi deputado europeu, secretário de Estado e deputado à Assembleia da República por várias legislaturas. Sucedeu a José Sócrates na liderança do PS em 2011, numa fase crítica para o país, marcada pela intervenção da troika. Viria a ser derrotado por António Costa nas primárias abertas de 2014.
A entrada de António José Seguro na corrida presidencial deverá alterar o equilíbrio entre os potenciais candidatos da área do PS. O antigo líder socialista procura posicionar-se como uma figura de estabilidade e moderação, afastando-se de discursos populistas e polarizadores. Até agora, nenhuma outra candidatura da ala socialista foi formalizada com o mesmo nível de apoio regional.
A campanha deverá privilegiar o contacto directo com as populações, percorrendo todo o país nas semanas seguintes ao anúncio. A candidatura conta com uma equipa coordenada por antigos colaboradores de Seguro no partido, incluindo nomes experientes na gestão de campanhas autárquicas e legislativas.
Com o anúncio marcado para a próxima semana, cresce a expectativa sobre os apoios que poderão ser anunciados nos dias seguintes, nomeadamente entre sectores mais institucionalizados do PS. Ao mesmo tempo, abre-se espaço ao debate sobre a estratégia da esquerda para as presidenciais de 2026, num cenário ainda indefinido quanto ao apoio oficial do partido
