A Câmara Municipal de Belmonte vai recuperar 14 imóveis devolutos para arrendamento a custos controlados, num investimento de 1,07 milhões de euros financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). As obras, divididas em seis lotes, têm candidaturas abertas até 15 de outubro.
O município de Belmonte, no distrito de Castelo Branco, avança com a requalificação de edifícios municipais degradados, incluindo três antigas escolas primárias (Malpique, Gaia e Pimenta), uma casa em Caria, um imóvel no centro da vila e duas antigas casas dos escuteiros. O projeto, gerido em parceria com o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), visa aliviar a pressão no mercado de arrendamento local.
“É uma forma inteligente de aproveitar património que estava ao abandono”, explicou à Lusa Paulo Borralhinho, vice-presidente da autarquia. “Sem estes fundos, não teríamos capacidade para reabilitar estes espaços. Agora, ganhamos habitação a preços acessíveis e revitalizamos o concelho.”
O projeto insere-se na Estratégia Local de Habitação, que pretende aumentar a oferta de casas acessíveis, um dos principais entraves ao desenvolvimento da região. “A falta de habitação condiciona a chegada de empresas e de novos residentes”, admitiu Borralhinho. “Esta iniciativa permite contornar o problema, usando verbas externas para requalificar o que já existe.”
Os imóveis, cedidos ao IHRU, serão geridos pelo município após as obras, que incluem adaptações para cumprir normas de eficiência energética. O valor investido será gradualmente ressarcido ao instituto.
O concurso para a empreitada foi publicado em *Diário da República*, com empreiteiros a poderem concorrer até meados de outubro. A intervenção prevê prazos curtos de execução, dada a urgência do projeto.
Além destes 14 imóveis, a autarquia estuda outras parcerias para expandir o parque habitacional, incluindo a construção de novas casas. “Queremos que Belmonte seja um concelho atrativo, com respostas para quem aqui queira viver e trabalhar”, rematou o vice-presidente.