O Governo alemão solicitou ontem explicações formais a Israel sobre os recentes incidentes envolvendo a destruição de infraestruturas da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FINUL), destacada no sul do país. Entre os danos, conta-se a demolição de uma torre de observação e de uma vedação em Marwahin, cidade próxima da fronteira israelita.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão expressou “grande preocupação” com a segurança dos capacetes azuis, frisando que a missão da FINUL está mandatada pelo Conselho de Segurança da ONU e que a sua integridade “não deve ser comprometida”. Berlim instou Israel a esclarecer detalhadamente os incidentes e pediu que os resultados das investigações sejam partilhados.
Este apelo surge num contexto de crescente tensão na região, onde Israel e o Hezbollah libanês estão em confronto aberto. A FINUL já tinha alertado para a “vasta destruição” de várias localidades no sul do Líbano e denunciado ações repetidas por parte das forças israelitas contra as suas posições, que considera violarem o Direito internacional.
A organização sublinhou a necessidade de todos os envolvidos respeitarem a segurança e a inviolabilidade das instalações da ONU. Entretanto, o Governo alemão lamentou ainda a situação humanitária na Faixa de Gaza, destacando a urgência em aumentar a ajuda à região, onde milhares de civis já perderam a vida desde o início dos combates.
Israel foi também instado a respeitar as suas obrigações internacionais, com Berlim a exigir que a ajuda humanitária seja distribuída numa escala maior, especialmente no norte de Gaza, que tem sido alvo de bloqueios.
Desde o início das hostilidades em outubro de 2023, o Líbano contabiliza cerca de 2.500 mortos e mais de 11.500 feridos, além de 1,2 milhões de deslocados. As forças israelitas têm concentrado os seus bombardeamentos no sul e leste do Líbano, bem como nos arredores da capital, Beirute.