Tem 95 anos e vive em Portugal a primeira gastrónoma cabo-verdiana. Maria de Lourdes Chantre, convidada a participar nas celebrações do 50º aniversário da independência de Cabo Verde a 5 de julho, via teleconferência, pelo ministério do Turismo, diz lembrar-se de que Amílcar Cabral, fundador da nação “tinha sempre boas notas”.
A autora de História, Tradição e Novos Sabores da Cozinha de Cabo Verde, uma obra emblemática, sobre a gastronomia cabo-verdiana a partir de uma perspetiva antropológica e cultural, que vai ser lançado pela editora, Rosa de Porcelana, na Feira Internacional de Cabo Verde, dia 2, recorda-se da adolescência do fundador da nação cabo-verdiana e guineense, líder do PAIGC, que frequentava a sua casa.

Maria de Lourdes Chantre, mais nova cinco anos do que o político cabo-verdiano, conta que o seu pai, Manuel Ribeiro de Almeida, era tutor de Amílcar Cabral e estava sempre a dizer: “estás a ver as boas notas dele. Tens de ser uma aluna assim…”.
Natural de S. Vicente, enveredou pelas tradições culturais e culinárias de Cabo Verde e mereceu do primeiro presidente da República, Aristides Pereira, uma carta de reconhecimento, por contribuir para a valorização cultural do então jovem país.
A 5 de julho de 1975, foi proclamada a independência de Cabo Verde, território colonizado pelo império português a partir de meados do séc. XV.
Sobre esta data haverá comemorações oficiais com desfile, eventos culturais e desportivos em Cabo Verde e em todas as comunidades no estrangeiro.
Em Portugal, destaque para a inauguração da exposição documental “50 anos da Independência de Cabo Verde – O nascimento do Estado de Cabo Verde” a 3 de julho, no Centro Cultural de Cabo Verde, em Lisboa.
Também no Coliseu de Lisboa o cantor e antigo ministro da cultura, Mário Lúcio & The Pan African Band, atuará a 5 de julho. Outros artistas como Nancy Vieira nos Açores ou Maria Alice no Barreiro, assinalarão esta data histórica.