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Carla Tavares é a nova presidente da FAUL do PS

A eurodeputada do PS e antiga presidente da Câmara Municipal da Amadora, Carla Tavares, venceu as eleições intercalares da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) do Partido Socialista (PS) com 71% dos votos e será a nova presidente da estrutura, tendo batido Miguel Prata Roque que conseguiu 29%.

A eurodeputada Carla Tavares foi na noite de sexta-feira eleita presidente da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) do PS, sucedendo no cargo a Ricardo Leão, com 70,8% dos votos. Uma vitória clara da antiga presidente da Câmara da Amadora – que tinha o apoio de praticamente todos os presidentes de Câmara e líderes das 11 concelhias da estrutura socialista – sobre o adversário Miguel Prata Roque, apesar deste ter superado as expectativas: obteve o voto de 29,2% dos militantes e ficou à frente em Cascais, Mafra e Vila Franca de Xira.

Carla Tavares chega à liderança da FAUL sabendo que tem um caminho difícil pela pela frente: as eleições autárquicas. Lisboa (PSD), Cascais (PSD), Oeiras (o Inovar Oeiras de Isaltino Morais) e Mafra (PSD) são os maiores desafios para os socialistas da FAUL para as autárquicas deste ano, mas o partido, por agora, “não indica” os nomes do candidatos – apesar de, por exemplo, Ricardo Leão já ter anunciado a recandidatura a Loures.

De acordo com a mesma fonte, Carla Tavares obteve 2402 votos (71%) e Miguel Prata Roque 991 (29%), sendo o universo de militantes com capacidade eleitoral de cerca de seis mil pessoas.

As eleições intercalares que decorreram na sexta-feira nas várias secções – e que foram apenas para a presidência já que os restantes órgãos federativos se mantêm – determinaram que Carla Tavares será a sucessora de Ricardo Leão na presidência da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) do PS.

A eurodeputada socialista, com 54 anos, deixou o ano passado a presidência da Câmara Municipal da Amadora na sequência da eleição para o Parlamento Europeu, quando ocupou o sexto lugar da lista do PS às eleições europeias de junho.

O presidente da Câmara de Loures, que na sexta-feira anunciou a sua recandidatura nas autárquicas deste ano, demitiu-se da FAUL no início de novembro na sequência da polémica devido à aprovação de uma recomendação do Chega na autarquia, relacionada com despejos em habitações municipais.

Coesão e união

Quando anunciou a candidatura, no final de novembro, Carla Tavares disse que o objetivo era “a coesão, a união e o fortalecimento” do partido, pretendendo “trabalhar para que o PS tenha um bom resultado no contexto das autárquicas” deste ano.

Na altura desse anúncio, Pedro Pinto de Jesus, atual presidente interino da FAUL, e Filipe Santos Costa, ex-presidente da AICEP, nomes então apontados como estando a ponderar uma candidatura, adiantaram à Lusa que não iriam avançar e que estavam ao lado de Carla Tavares.

Como mandatária, a candidata escolheu a deputada e antiga ministra socialista Mariana Vieira da Silva.

O primeiro a avançar para esta corrida foi Miguel Prata Roque, com 47 anos, antigo secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros do primeiro Governo de António Costa e atualmente comentador da SIC Notícias e professor de Direito.

Foco está nas autarquias

Em declarações por escrito enviadas à agência Lusa, Carla Tavares agradeceu a todos os militantes que votaram nestas eleições e o contributo do seu opositor, esperando que Prata Roque “continue a desempenhar um papel activo na luta por um futuro melhor para a Área Urbana de Lisboa”.

“A FAUL estará aberta ao diálogo, próxima dos militantes, das estruturas locais e da sociedade”, assegurou, assumindo que a sua presidência da FAUL se inicia “num contexto de grandes desafios e oportunidades” num ano marcado pelas eleições autárquicas.

Considerando que “é nas autarquias que reside a força dos povos livres e onde existe uma relação de profunda proximidade entre eleitos e eleitores”, a nova presidente da FAUL do PS assumiu um conjunto de compromissos: “Apresentar candidaturas fortes e capacitadas. Garantir que os nossos candidatos sejam referências de competência e compromisso com o desenvolvimento sustentável e social dos seus territórios.”

Mas, essa decisão de Carla Tavares “esbarra” com o nome que vai ser escolhido por Pedro Nuno Santos para recuperar a câmara de Lisboa, perante a certeza da recandidatura de Carlos Moedas. Para Lisboa, alguns dirigentes socialistas defendem a necessidade de uma coligação com PCP, BE e L que acrescentaria, dizem, mais de 40 mil votos aos 80 mil que o PS obteve nas autárquicas de 2021.

Em Cascais, autarquia que o PS venceu pela última vez em 1997 com José Luís Judas, e que agora sem Carlos Carreiras, que atingiu o limite dos três mandatos, abre-se uma “janela de oportunidade” para um candidato que consiga ultrapassar a distância de quase 25 mil votos que separa PSD/CDS dos socialistas, que em 2021 concorreram coligados com PAN e Livre.

Marcos Perestrello, deputado e antigo secretário de Estado da Defesa, é o nome, ainda sem confirmação oficial, que deverá ir a votos contra Nuno Piteira Lopes (PSD), actual vice-presidente da autarquia.

Em Oeiras, a dificuldade tem um nome: Isaltino Morais. A oposição junta, o mais que conseguiu foi alcançar metade da votação obtida pelo movimento liderado pelo autarca que já venceu em 1985, 1989, 1993, 1997, 2001, 2005, 2009, 2017 e 2021.

Em Mafra, o desafio é de quase 14 mil votos de diferença. Em 2021, o PSD ultrapassou os 20 mil. O PS ficou-se pelos 6.684 votos. Hélder Silva, presidente da câmara desde 2013 saiu para o Parlamento Europeu. Hugo Luís assume desde julho a herança social-democrata.

A este lote acresce uma dificuldade. Sintra, com o fim de ciclo de Basílio Horta (PS). Mendonça Mendes, antigo secretário dos Assuntos Fiscais e adjunto de António Costa, surge como o nome “indicado”, sem confirmação, para enfrentar Marco Almeida, ex-vice nos tempos de Fernando Seara, que também ainda não garantiu no PSD a sua candidatura.

Tranquilas surge a câmara da Amadora, agora liderada por Vítor Ferreira desde a saída de Carla Tavares para o Parlamento Europeu; a de Arruda dos Vinhos que está sob a liderança de Carlos Alves

desde que André Rijo saiu em março desde ano; e Odivelas com Hugo Martins a concorrer para o terceiro e último mandato.

“Menos tranquilo” é a Azambuja onde Silvino Lúcio vai para o segundo mandato; em Vila Franca com Fernando Ferreira também a caminhar para a segunda candidatura; e Loures com a recandidatura de Ricardo Leão. Nestes três casos, as diferenças para os adversários “não são confortáveis”.

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