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Carlos Moedas e Marcelo ‘aquele abraço’ na corrida a Belém

Apesar de dizer que não está interessado na corrida a Belém, Carlos Moedas poderá estar a seguir os passos de Jorge Sampaio, que saiu directamente da Câmara Municipal de Lisboa para a Presidência da República, em 1996. Um orçamento, à semelhança do que aconteceu em 1995 com Sampaio com o Orçamento de Estado de Durão Barroso, poderá estar na base da decisão de Carlos Moedas que poderá ver chumbado o Orçamento Municipal de 2025. Desculpa que poderá servir para sair da autarquia lisboeta e iniciar a sua campanha eleitoral para as presidenciais

Estão todos à espera uns dos outros e ninguém ousa avançar até medir as próprias e as reais possibilidades dos restantes a uma candidatura presidencial. O PSD parece, por uma vez, ter nas fileiras um número considerável de hipóteses que encaixam no perfil traçado pelo líder para um candidato com o apoio do partido às presidenciais de 2026, sem ter uma escolha natural. E com mais um candidato a candidato à espreita: Carlos Moedas que, segundo revela o  jornal Tal & Qual, Marcelo Rebelo de Sousa quer que seja candidato à Presidência da República.

A um ano das eleições autárquicas, Carlos Moedas, que ainda há algumas semanas pensava que a reeleição em Lisboa eram ”favas contadas”, foi surpreendido com a insatisfação dos lisboetas á sua gestão autárquica, o que poderá abrir as portas à corrida a Belém.

Fontes próximas de Carlos Moedas admitem ao ORegiões que o actual presidente da Câmara de Lisboa poderá estar a seguir o percurso de Jorge Sampaio que saiu da Praça do Município, sede da Câmara Municipal de Lisboa, para o Palácio de Belém, com a ‘bênção’ de Marcelo Rebelo de Sousa, com quem fala quase diariamente – afiança o Tal & Qual.

Moedas, que recorda Jorge Sampaio como “um lutador pela liberdade e pela democracia desde muito novo”, vai utilizar o previsível chumbo do Orçamento Municipal de Lisboa – da mesma forma que Sampaio utilizou o OE 1996 de Durão Barroso – para renunciar ao cargo de presidente da autarquia da capital e, desta forma, ter tempo para preparar a sua candidatura à Presidência da República.

Em fevereiro de 1995, Jorge Sampaio anunciou que iria entrar na corrida às eleições presidenciais de janeiro de 1996, por estar em discordância com a política de contenção financeira de Manuela Ferreira Leite, ministra das Finanças de Durão Barroso, com uma frase que continuou a ser utilizada por muitos 15 anos depois. O “há vida para além do défice” fez história e tornou-se uma declaração de princípios que coloca os interesses das pessoas à frente das contas.

No sentido politico inverso, mas cumprindo o calendário de Sampaio e tendo como tema base o Orçamento, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa tem apelado a aprovação da proposta do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) e uma “união dos partidos moderados” que estão no Governo e na oposição, mas – ao que consta nos mentideiros políticos – será a não aprovação do Orçamento Municipal a ‘desculpa’ de Moedas para avançar com a candidatura presidencial.

Apesar de repetidamente dizer que o partido (PSD) dispõe de “muitas pessoas que podem ser bons candidatos” a Belém, Moedas tem considerado que ainda “não é o momento” para abordar a corrida a Belém. Tema que poderá retomar no início do próximo ano, provavelmente em fevereiro, como fez Jorge Sampaio.

Marcelo Rebelo de Sousa, em abril de 2024, na Gulbenkian, durante a apresentação do livro “Liderar com Pessoas”, de Emmanuel Macron, com prefácio de Carlos Moedas, não resistiu a criar mais um facto político depois de encharcar o autor da obra com rasgados elogios: “É dos políticos mais sofisticados”.

Aproveitando o prefácio do livro, o Presidente da República não ‘aguentou’ e lançou uma frase que indicia que gostava que Moedas lhe sucedesse na Presidência: “Não foi escolher nenhum grande autarca francês para prefaciar, foi escolher precisamente o chefe de Estado francês, portanto, ficamos a saber…”

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Alfredo Miranda
Alfredo Miranda
Jornalista desde 1978, privilegiando ao longo da sua vida o jornalismo de investigação. Tendo Colaborado em diferentes órgãos de Comunicação Social portugueses e também no jornal cabo-verdiano Voz Di Povo.

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