A presidente da Imprensa Nacional Casa da Moeda (INCM), Dora Moita, afirmou esta quinta-feira que não houve qualquer influência política no pedido recente do Ministério das Finanças para um pagamento extraordinário de dividendos. Em audição perante a Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública, Moita sublinhou que a decisão de distribuir dividendos adicionais foi estritamente avaliada à luz da estratégia financeira de curto, médio e longo prazo da empresa
Segundo Dora Moita, o Ministério das Finanças inicialmente solicitou um montante de 20 milhões de euros. No entanto, a Casa da Moeda considerou esta proposta inviável, devido ao potencial impacto negativo nos compromissos já assumidos pela empresa. Em resposta, foram apresentadas alternativas viáveis: distribuir 10 milhões de euros, o que poderia resultar em défice de tesouraria, ou 5 milhões de euros, considerado mais aceitável.
Após uma transferência inicial de 5 milhões de euros, o montante foi posteriormente aumentado para um total de 10 milhões, decisão que, segundo Moita, reflete uma interação regular com o acionista. A presidente da INCM destacou ainda que a empresa conseguiu equilibrar suas contas sem recorrer a endividamento adicional, beneficiando de pagamentos substanciais de clientes de grande porte, que liquidaram dívidas pendentes no valor de 9 milhões de euros no início do ano.
Sobre a questão de pedidos extraordinários de dividendos, Dora Moita esclareceu que não houve solicitações similares durante seu mandato na empresa. Este posicionamento foi reafirmado também pelo presidente da NAV, que testemunhou ser a primeira vez que a entidade foi confrontada com tal pedido.
Esta audição, solicitada pelo CDS-PP, ocorre num contexto mais alargado de análise sobre os efeitos das distribuições extraordinárias de dividendos de empresas públicas na redução da dívida pública, conforme sublinhado por análises da UTAO realizadas anteriormente.
A posição da Casa da Moeda sob a liderança de Dora Moita enfatiza a autonomia e responsabilidade na gestão financeira, rejeitando quaisquer interferências externas que possam comprometer os compromissos estratégicos da empresa.