A cerimónia contou com vários discursos. Um dos mais emotivos foi o do tio da menina, que lamentou a morte prematura e os tantos sonhos que ficaram por concretizar. Os pais da menina, inconsoláveis, receberam o apoio possível.
Realizou-se, na tarde deste domingo, no Reino Unido, o funeral da menina luso-descendente, de nove anos, que foi morta num ataque com uma faca há duas semanas. Centenas de pessoas marcaram presença na cerimónia. O caixão da menina chegou transportado por uma carruagem, puxada por cavalos brancos.
De acordo com a BBC, cerca de 300 pessoas assistiram ao cortejo fúnebre até à igreja de St. Patrick, em Southport, aplaudiram e empunhavam balões brancos, em homenagem a Alice da Silva Aguiar.
A cerimónia contou com vários discursos. Um dos mais emotivos foi o do tio da menina, que lamentou a morte prematura e os tantos sonhos que ficaram por concretizar. Os pais da menina, inconsoláveis, receberam o apoio possível.
A cerimónia contou também com a representação do Estado português através da adjunta do Secretário de Estado das Comunidades, que garantiu total apoio à família. A Polícia inglesa, presente a pedido dos pais, apelou ao fim dos protestos no país.
Recorde-se que as crianças estavam a participar num evento numa escola de dança inspirado pela artista norte-americana Taylor Swift quando o suspeito entrou armado com uma faca e começou a atacá-las. Registaram-se ainda oito menores e dois adultos feridos.
Depois do ataque, o país foi abalado por uma série de motins violentos anti-imigração, que, segundo as autoridades, foram convocados por grupos de extrema-direita, por se terem espalhado rumores online, parcialmente desmentidos, de que o suspeito do ataque seria um requerente de asilo muçulmano.
Apesar de, à data do ataque, o suspeito ser menor de idade, a justiça autorizou a divulgação da sua identidade para esclarecer que o jovem é natural do País de Gales e filho de pais ruandeses.
Aos tumultos, as autoridades responderam com uma reação judicial severa, com mais de 700 detenções, 300 acusações e as primeiras sentenças de prisão proferidas contra desordeiros e publicações ‘online’ que incitaram à violência.
No sábado, milhares de pessoas participaram em manifestações contra o racismo em todo o Reino Unido, em resposta aos motins impulsionados pela extrema-direita que agitaram o país durante uma semana.