Dois colaboradores da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) terão sido responsáveis pelo desvio de cerca de 200 mil euros, um valor que foi subtraído ao longo de um ano. O incidente foi descoberto em dezembro de 2024, durante o processo de fecho de contas da instituição. De acordo com informações avançadas pelo jornal Público, o chefe de tesouraria terá desviado 80 mil euros, enquanto o administrativo terá subtraído 120 mil euros.
A SCML reagiu rapidamente à situação, suspendendo o tesoureiro envolvido, enquanto o administrativo solicitou a sua demissão. Embora a instituição não tenha confirmado se já foram apresentadas queixas formais às autoridades, o caso surge num contexto já marcado por várias investigações em curso na SCML desde a chegada do novo provedor, Paulo de Sousa, em maio de 2024.
Este episódio vem juntar-se a outro processo que envolve a investigação de uma empresa sediada na Albânia, cuja propriedade estava nas mãos de dois ex-funcionários da SCML: Bruno Ventura, ex-subdiretor da Direção de Sistemas e Tecnologias de Informação, e Magda Lapa, ex-diretora-geral do Departamento de Jogos. O Ministério Público está a investigar este caso, que continua a ser acompanhado de perto.
O provedor Paulo de Sousa declarou que o inquérito sobre a empresa albânia está em andamento, garantindo que as medidas necessárias foram tomadas. “Foi aberto de imediato. Nenhum dos diretores está em funções nos cargos que ocupavam. Um deles abandonou a Santa Casa e o outro foi despromovido, encontrando-se agora em uma área completamente distinta”, afirmou.
A SCML enfrenta, assim, mais uma crise interna num momento em que busca restaurar a confiança e resolver as questões jurídicas que afetam a instituição.