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Chefes de urgência do Santa Maria demitem-se

Os Chefes de equipa da urgência de obstetrícia do Hospital Santa Maria demitem-se e denunciam “ameaças” do Conselho de Administração. Profissionais recusaram fazer horas extraordinárias e alegam ter sido ameaçados pela administração hospitalar. Demissão surge dias depois da exoneração do diretor do serviço.

Chefes de urgência do Santa Maria demitem-se
DR

Os chefes e subchefes das equipas de urgência, com excepção de um, do serviço de obstetrícia do Hospital Santa Maria, em Lisboa, apresentaram demissão do cargo, confirmou à agência Lusa a Federação Nacional dos Médicos (FNAM).

Sobre as razões da demissão dos responsáveis, que foi avançada pela SIC Notícias, a presidente da FNAM, Joana Bordalo e Sá, afirmou que vem na sequência do Conselho de Administração ter comunicado o encerramento do serviço de obstetrícia devido às obras da nova maternidade do Hospital Santa Maria, que integra o Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHULN).

A agência Lusa contactou o CHULN que afirmou que “para já, não há comentários a fazer”.

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Joana Bordalo e Sá adiantou que inicialmente os médicos do serviço de obstetrícia/ginecologia “preocupados com as grávidas, com os fetos, com os bebés e com os protocolos de ação para garantir a qualidade de excelência que eles estão habituados a praticar no Santa Maria”, escreveram uma carta “só a perguntar como é que isso ia ser assegurado no Hospital São Francisco Xavier, uma vez que sabem que esse serviço de urgência é maioritariamente prestado por prestadores de serviço que não seguem necessariamente o protocolo a que eles estão habituados e que é o que garante a qualidade e a segurança das grávidas, dos fetos e dos bebés”.

Depois dessa carta que foi subscrita pela esmagadora maioria dos médicos do serviço, mais de 30, incluindo o então diretor do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Diogo Ayres de Campos, e da diretora de Obstetrícia, Luísa Pinto, “o conselho de administração, por uma decisão política” afastou estes dois responsáveis, salientou.

Na carta, enviada à administração a meio deste mês, os médicos manifestam-se igualmente preocupados com a capacidade instalada no São Francisco Xavier, admitindo que poderia haver sobrelotação.

Entretanto, os profissionais do serviço escreveram uma segunda carta a apoiar os diretores demitidos e começaram a entregar pedidos de escusa para não fazerem mais do que as 150 horas extraordinárias anuais previstas por lei.

“O Conselho de Administração resolveu reunir-se com os médicos na quarta-feira, onde levou ameaças”, disse Joana Bordalo e Sá, precisando que “as ameaças foram que lhes iam cancelar as férias e que iam ter que devolver o dinheiro das horas extraordinárias já feitas”.

“Perante isso, os chefes de equipa obviamente não tiveram outra atitude que não a sua demissão”, vincou a presidente da FNAM.

A equipa falava de pressões e punha em causa o plano que prevê a transferência de grávidas e de médicos do Santa Maria para o São Francisco Xavier. Conselho de administração hospitalar demitiu o director do serviço, Diogo Ayres de Campos, com efeitos imediatos, justificando a decisão com falta de confiança suscitada pelas críticas feitas ao plano.

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