Os analistas são unânimes: apesar da retórica sobre diversificação nas relações China-África, a dependência de matérias-primas vai perdurar no curto e médio prazo. O recente Fórum de Cooperação China-África evidenciou que, embora Pequim queira expandir as suas parcerias para áreas como tecnologia e segurança, a transição será lenta.
Os investimentos chineses de 50 mil milhões de dólares prometidos para os próximos três anos, incluindo 30 mil milhões em linhas de crédito, são um sinal de compromisso financeiro. No entanto, os analistas alertam que o menor crescimento económico chinês pode dificultar o cumprimento de promessas.
Segundo François Conradie, da Oxford Economics, a relação comercial entre as duas regiões continuará a centrar-se na exportação de matérias-primas. No entanto, ele destaca que o reforço do “soft power” chinês é uma indicação da crescente influência de Xi Jinping no palco global. Esta dinâmica de poder atrai contestação dos EUA e da Europa, que competem pelo acesso a recursos estratégicos em África.
O futuro da relação China-África está, assim, em aberto. Pequim promete uma nova fase, mas a transformação profunda ainda está longe de se concretizar.