É mais uma polémica no executivo de Leopoldo Rodrigues. A menos de um mês da realização do evento nacional The Color Run em Castelo Branco, marcada para o próximo dia 4 de junho, o presidente da autarquia resolveu cancelar a prova para grande surpresa dos organizadores e dos participantes já inscritos. O município também não se responsabilizou pelos custos já despendidos com a organização.
Castelo Branco era uma das apenas três cidades onde a prova The Color Run iria decorrer durante este ano, juntamente com Gondomar e Oeiras. Estava agendada para dia 4 de junho e prometia trazer centenas de pessoas à cidade, num evento de 5 km, sem tempo cronometrado em que milhares de participantes, ou “Color Runners”, são mergulhados da cabeça aos pés em diferentes cores a cada quilómetro, numa festa de música e cor. Mas o cenário ficou bem cinzento quando ontem a promotora do evento anunciou o cancelamento inesperado do evento na cidade albicastrense.
Em comunicado divulgado na página oficial da The Color Run Portugal, a promotora do evento The Color Run Castelo Branco acusa Leopoldo Rodrigues do cancelamento da prova, lamentando este desfecho por parte da autarquia, “com quem conduzimos todo o procedimento de forma clara e transparente, levando inclusive a uma extensa troca de informação entre as partes com vista ao sucesso do evento. Apesar de toda esta troca de informação, com caráter sério e profissional, a autarquia suporta agora uma decisão de cancelamento do evento com a qual a nossa equipa nunca se deparou ao longo dos últimos 10 anos de organização do evento The Color Run”.
Segundo fontes oficiais do município albicastrense, apesar dos contactos entre a autarquia e a empresa em causa, o procedimento de contratação não chegou a avançar, o que inviabilizou a realização da atividade na cidade. É caso para dizer que Leopoldo Rodrigues coloca “o carro à frente dos bois”, assumindo compromissos sem certezas de os poder cumprir.
O cartaz chegou mesmo a ser divulgado nos canais oficiais da prova e as inscrições foram abertas. A notícia espalhou-se de supetão pelas redes sociais, acarinhada efusivamente pela juventude de todo o concelho – e não só! -, na medida em que o evento de grande renome a nível internacional, atrai visitantes de todo o país. Centenas de bilhetes comprados, fornecedores e entidades da organização contratados, parecia tudo a postos para aquilo que seria um evento de grande dimensão ter lugar em Castelo Branco… até Leopoldo Rodrigues voltar com a palavra atrás e “lavar dali as suas mãos”, deixando os grandes custos já despendidos a cargo da entidade organizadora.
No mesmo comunicado, a entidade lamenta “a decisão final da autarquia que optou por cancelar o evento”, pedindo “desde já as nossas mais sinceras desculpas a todos os albicastrenses, fornecedores e entidades envolvidas na realização do evento, sendo que seremos nós, promotores do evento a assumir todas as responsabilidades e custos previamente contratados para a sua possível realização, assim como a devolução do valor do bilhete a quem já o adquiriu, uma vez que a CM de Castelo Branco não assumiu essa responsabilidade”.
Pelas redes sociais, manifesta-se já uma onda de indignação contra a falta de palavra do presidente da Câmara albicastrense. É mais um caso em que o executivo de Castelo Branco vem manchar o nome da cidade, desta feita junto da promotora nacional de uma prova de escala planetária, que reúne milhares de participantes nas suas edições espalhadas pelas principais cidades de Portugal.
Contactado telefonicamente pelo O Regiões, o presidente da autarquia Leopoldo Rodrigues descarta qualquer envolvimento e responsabilidade da Câmara Municipal na organização do evento, alegando que “na página do município nunca houve qualquer divulgação da prova em questão” e acrescentando ainda que o “executivo albicastrense não se vai responsabilizar por algo que não organizou”.