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Comunidade internacional apela à contenção militar entre a Índia e o Paquistão

A Índia lançou ataques militares contra alvos no Paquistão, segundo os dois países, tendo o Paquistão afirmado ter abatido cinco jatos da Força Aérea Indiana em resposta, numa perigosa escalada entre os rivais com armas nucleares. A comunidade internacional já apelou à contenção militar entre as duas potências nucleares. Líderes mundiais, incluindo o secretário-geral da ONU, o Presidente dos EUA e representantes da UE, China, França e Reino Unido manifestaram preocupação e pediram moderação.

Após o mais grave episódio de violência nas últimas duas décadas entre a Índia e Paquistão, a comunidade internacional manifestou-se, apelando à “contenção militar por parte das duas potências nucleares, segundo a agência France-Press (AFP). Perante o confronto, António Guterres, secretário-geral da ONU, encorajou os dois países a evitarem um conflito militar.

“O mundo não se pode dar ao luxo de um confronto militar”, declarou Stéphane Dujarric, porta-voz de António Guterres. O Presidente norte-americano Donald Trump considera que o recomeço dos confrontos “foi uma pena” e expressou a esperança de que os ataques “terminem muito rapidamente”.

O chefe da diplomacia da Casa Branca, Marc Rubio, pediu a reabertura de canais diplomáticos entre os líderes dos dois países para evitar novos conflitos. A China, vizinha dos dois países e uma das grandes potências mundiais, demonstrou preocupação com os ataques indianos em território paquistanês, lamentando o agravamento das tensões. Pequim pediu moderação e ofereceu-se para atuar como mediadora do conflito.

Por sua vez, a União Europeia apelou à redução imediata de tensões, enfatizando a necessidade de medidas concretas para evitar o agravamento do conflito. A França reforçou o apelo à moderação, destacando a importância de proteger as populações civis.

“Compreendemos o desejo legítimo da Índia de combater o terrorismo, mas a prioridade deve evitar uma escala”, afirmou o chefe de diplomacia francesa.

O secretário do Comércio britânico, Jonathan Reynolds, destacou interesse mútuo na “estabilidade regional” por parte da Índia e do Paquistão e acrescentou que o Governo britânico fará “tudo o que puder em termos de diálogo para reduzir a tensão”.

O Irão expressou uma “profunda preocupação com a escalada das tensões entre a Índia e o Paquistão”, oferecendo-se como mediador, enquanto a Turquia alertou para o “risco de guerra total”, condenando a “iniciativa provocatória” de Nova Deli.

Guerra total

“O ataque da Índia aumenta o risco de uma guerra total. Condenamos esta iniciativa provocatória, bem como os ataques que visam civis e infraestruturas civis”, escreveu o Ministério dos Negócios Estrangeiros num comunicado.

As forças armadas da Índia e do Paquistão envolveram-se em confrontos ao longo da linha de controlo na Caxemira, na sequência de ofensivas indianas em território paquistanês. Estas ações foram uma resposta ao ataque em Pahalgam, no dia 22 abril, onde 26 civis perderam a vida.

O atentado, atribuído ao grupo Lashkar-e-Taiba, reacendeu as hostilidades entre os dois vizinhos, cuja relação era marcada por rivalidades desde a sua independência do domínio britânico em 1947. Em resultado dos conflitos, ambos os governos ordenaram a expulsão de cidadãos no país rival e, nos dias seguintes, multiplicaram-se os confrontos na fronteira.

Na noite de terça-feira, as autoridades indianas lançaram ataques aéreos contra três alvos no Paquistão, localizados na província de Punjab e identificados em Nova Deli como “instalações terroristas”.

Em retaliação, o governo paquistanês informou ter abatido vários aviões indianos. Já na  manhã de ontem, bombardeamentos de ambos os lados resultaram em pelo menos 38 vítimas mortais, marcando o episódio mais violento entre os dois países nas últimas duas décadas.

O Paquistão, de maioria muçulmana, e a Índia, de maioria hindu, aproximaram-se de um conflito aberto desde o massacre do mês passado, com o governo hindu-nacionalista da Índia sob intensa pressão da sua base para responder ao ataque, no qual homens armados mataram 25 turistas indianos num popular local de férias.

A Caxemira é um dos pontos de tensão mais perigosos do mundo. É controlada em parte pela Índia e pelo Paquistão, mas ambos os países reivindicam-na na sua totalidade. A Índia e o Paquistão travaram três guerras pelo território montanhoso desde a sua independência da Grã-Bretanha em 1947, a mais recente das quais em 1999. E a região dividida é atualmente um dos locais mais militarizados do mundo.

Durante décadas, vários grupos militantes internos, que exigem a independência de Caxemira ou a integração da área no Paquistão, lutaram contra as forças de segurança indianas, causando dezenas de milhares de mortos na violência.

Caxemira no centro do conflito

A Índia há muito que acusa o Paquistão de albergar estes grupos militantes – uma acusação que Islamabad nega – e prometeu retaliar contra os que considerasse responsáveis. As tensões sobre Caxemira também aumentaram nos últimos anos, depois de o governo do primeiro-ministro indiano Modi ter revogado a autonomia constitucional da região em 2019, colocando-a sob o controlo direto de Nova Deli.

A operação de quarta-feira é a primeira vez que a Índia conduziu ataques dentro do território do Paquistão desde 2019, quando aviões indianos atacaram vários locais depois de culpar Islamabad por um ataque suicida com carro-bomba que matou pelo menos 40 paramilitares indianos na região.

A disputa de Caxemira é um conflito territorial entre a Índia e o Paquistão, e também envolvendo a China, cada um controlando e reivindicando diferentes partes da região desde a divisão da Índia britânica em 1947.

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