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Conflito no Líbano impede patrulhas dos capacetes azuis da ONU

A missão de paz da ONU no Líbano (Unifil) suspendeu as patrulhas devido à crescente intensidade dos combates na região, anunciou nesta segunda-feira o porta-voz do Secretário-Geral da ONU, Stéphane Dujarric. Com mais de 10 mil soldados no terreno, a Unifil agora limita-se a observar a situação de áreas seguras, já que o conflito entre Israel e o Hezbollah torna impossível qualquer movimento seguro das tropas

Conflito no Líbano impede patrulhas dos capacetes azuis da ONU
Foto: ONU/Jean-Marc Ferré – Stéphane Dujarric.

Intensidade dos combates paralisa Unifil

“Os nossos soldados da paz da Unifil permanecem em posição na área de responsabilidade da missão, enquanto a intensidade dos combates impede os seus movimentos e a capacidade de cumprir as suas tarefas”, afirmou Dujarric, sublinhando que a troca constante de rockets impede qualquer tipo de patrulha. Ele destacou que os capacetes azuis da ONU estão apenas a monitorizar os confrontos a partir das suas bases, aguardando uma melhora na situação para retomar as operações.

Futuro incerto, mas com plano de contingência

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Embora Dujarric tenha evitado discutir uma eventual retirada das forças de paz, mencionou a existência de um “plano de contingência” caso a situação continue a piorar. A missão da Unifil, estabelecida em 1978, tem como objetivo criar uma zona de segurança entre Israel e o Líbano, especialmente após o conflito entre Israel e o Hezbollah em 2006. A missão foi reforçada após esse conflito e, desde então, tem monitorado a implementação da Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, que estipula que apenas o Exército libanês e as forças de manutenção da paz podem operar no sul do Líbano.

O Hezbollah e a escalada do conflito

A escalada atual de violência começou em 7 de outubro de 2023, após um ataque do Hamas em território israelita, que resultou em retaliações de Israel tanto na Faixa de Gaza como ao longo da fronteira libanesa. O Hezbollah, que faz parte da aliança “Eixo da Resistência” liderada pelo Irão, está em confronto direto com Israel desde então, levando à fuga de milhares de civis de ambos os lados da fronteira.

Nos últimos dias, os ataques israelitas ao Hezbollah intensificaram-se, com Telavive a transferir parte das suas operações do sul de Israel para o norte, o que agravou ainda mais a situação na fronteira. O Hezbollah, por sua vez, confirmou a morte do seu líder, Hassan Nasrallah, após um ataque aéreo israelita na sexta-feira, 27 de setembro, nos subúrbios de Beirute. A morte de Nasrallah segue-se a outros ataques em que figuras-chave do movimento xiita foram eliminadas, incluindo o chefe das operações militares, Ibrahim Aqil, também morto num bombardeio recente.

Impacto regional e o futuro da Unifil

Com a intensificação dos confrontos e as perdas significativas de ambos os lados, a missão de paz da Unifil enfrenta um dos seus momentos mais críticos. A suspensão das patrulhas, embora necessária para a segurança dos capacetes azuis, levanta questões sobre a capacidade da missão de continuar a cumprir o seu papel de garantir a paz e a segurança na região.

A ONU, enquanto isso, mantém uma posição de cautela, evitando especular sobre os próximos passos, mas deixando claro que a situação no sul do Líbano é extremamente volátil. Enquanto se aguarda uma possível diminuição dos confrontos, a comunidade internacional continua a monitorizar de perto os desenvolvimentos no terreno.

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