A maior festa académica do Porto arrancou nesta madrugada de domingo com o concerto dos Ornatos Violeta mas, muitos estudantes nem conseguiram entrar no recinto devido à desorganização da logística. Três horas de espera, duas filas, confusão e muitas reclamações marcam esta primeira noitada da Queima das Fitas do Porto.
O que foi anunciado como novidade pela Federação Académica do Porto, os bilhetes pré-comprados online para facilitar as entradas e evitar dinheiro nas bilheterias, acabou sendo um pesadelo. Para muitos, a semana da Queima das Fitas do Porto, abriu com a pior organização de sempre, a cargo da Federação Académica do Porto. Queixam-se da inovadora logística sobre os bilhetes pré-comprados, que gerou longas filas para entrar no Queimódromo.
“Fui de propósito para ver Ornatos e nem consegui chegar à porta, ouvir o concerto de fora foi do mais deprimente que há, quero o dinheiro de volta. Toda a gente podia muito bem entrar com o bilhete no telemóvel. O facto de ter de voltar para outra fila gigante para trocar os bilhetes digitais por pulseiras físicas foi a maior estupidez do século. Empurrões, insegurança, nenhuma indicação para as filas de espera, pessoas a sentirem se mal com dificuldades em sair do meio do mar de gente que havia para obter essas tais pulseiras. A Polícia que, além de nem saber o funcionamento das filas, já não sabia o que fazer”. Foi uma falta de organização e de respeito total. Nunca tinha visto uma queima assim. queremos o nosso dinheiro de volta. Isto é uma grande vergonha”, conta Vera Quintas. João Domingos, também fala em “organização medíocre, falta de respeito para com as pessoas. Nunca vi nada igual e espero não ver nunca mais. Pessoas a desmaiar no meio da confusão e empurrões”.
A principal razão que apontam são as longas filas é sobre o método de confirmação da compra do bilhete online na App da FAP, que acabou a gerar duas filas para cada pessoa: “Ridículo é a palavra da noite. Criar pulseiras para evitar filas? Quais? Só criaram ainda mais. Desorganização. A pessoa paga para ver um concerto que não consegue porque está nas filas desastrosas para trocar bilhete por pulseira”, explica Adriana Pereira. Susana Ferreira anda nestas festas académicas há muito tempo e ficou chocada: “venho à queima há 14 anos seguidos, e nunca me aconteceu tal”.
Apesar da imensa confusão, não houve situações de emergência graves, nem ocorrências policiais de maior relevância. A polícia conseguiu gerir algumas atitudes mais exaltadas. Mas os que nem conseguiram entrar dizem que podia ter havido problemas graves.
E enquanto esperavam à porta, foram publicando nas redes sociais o que se estava a passar. Nas páginas da FAP caíram muitas queixas .Quem ficou com o bilhete pré-comprado sem conseguir entrar no recinto, quer o reembolso do dinheiro.
O ORegiões tentou obter esclarecimentos da presidente da FAP, Ana Gabriela Cabilhas, mas não obteve resposta em tempo útil, o que que se compreende pelo facto de muitos estudantes estarem também a tentar contactar.
No programa da Queima, o próximo concerto é dia 9, terça-feira, e com artistas da música popular que costumam atrair multidões. O veterano das “queimas” Quim Barreiros, Rosinha e Rute Marlene. Será o segundo teste à inovação dos bilhetes pré-comprados e à organização da FAP.
Fotos: FAP e Redes Sociais