Crescente vermelho vai deixar de operar na Faixa de Gaza, durante 48 horas, por não conseguir garantir a segurança das equipas de emergência médica, lamentando que existam paramédicos detidos pelas forças israelitas.
O Crescente Vermelho palestiniano, anunciou, esta segunda-feira, que irá suspender, durante 48 horas, as suas missões, na Faixa de Gaza, face à “impossibilidade de garantir a segurança das equipas médicas de emergência, bem como dos feridos e doentes”.
A organização refere, em comunicado, que também tomou esta decisão pela “falta de compromisso e respeito por parte das forças de ocupação israelitas para com os procedimentos e mecanismos de coordenação acordados com as Nações Unidas”.
O Crescente Vermelho tem realizado várias operações de ajuda na Faixa de Gaza. No domingo passado, a organização, em coordenação com o Gabinete dos Assuntos Palestinianos, e com autorização do exército de Israel, transferiu vários doentes do Hospital l Amal em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, para outros hospitais em Rafah devido à necessidade urgente de intervenção médica.
A organização internacional lamenta que, as “forças de ocupação”, mesmo conhecendo as rotas e transferências dos envolvidos, “intercetaram o comboio durante mais de sete horas” e maltrataram alguns dos elementos.
Israel prende paramédicos
O Crescente Vermelho informa ainda que foi registada a prisão de três paramédicos, sendo que, “apenas um foi libertado após várias horas”, e sublinha que este não é o primeiro incidente em que as forças israelitas “não respeitam a coordenação levada a cabo pelas Nações Unidas e organizações internacionais”.
“Este comportamento ilegal aumenta a lista de violações flagrantes do Direito Internacional cometidas pelas forças de ocupação israelitas contra o pessoal médico, o emblema protegido do Crescente Vermelho e os doentes e feridos em tempos de guerra”, considera a organização.
No comunicado, o Crescente Vermelho apela ainda à libertação dos funcionários de organizações humanitárias, e pediu à comunidade internacional que force o Exército a serviço de Israel “a respeitar e proteger o pessoal e as instalações médicas e a fornecer um espaço humanitário seguro, necessário para a sobrevivência dos palestinianos em Gaza”.