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D. Batráquio, Acto II 

REFLEXÕES 

Hummmmm!

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D. Batráquio Acto II

Se calhar uma consulta à Velha do Espírito far-me-ia bem, vou pensar.  

Afinal, está sempre do meu lado, defende-me com unhas e dentes, sou o menino dela, nunca faço disparates e quando faço desculpa-me. Vou vê-la. 

-Olá, como vai… 

-Maroto, sabia que estavas aflito e ainda não me tinhas vindo ver. Andam todos de volta de ti, uns a dizerem mal, outros a espetarem-te a faca nas costas….vem cá meu Santo. 

-Olhe, vim cá porque precisava de a ver. Ando aqui cismado; como sabe comprei a Casa Grande do Morgado, vendi a ideia que ia lá fazer um hotel para os ricos, mas o que eu queria era a colecção de moedas que o padrinho me disse existir por lá. Parece que estavam escondidas; dizia que havia moedas romanas. Do tempo dos  reis e outras muito antigas, até agora nada. 

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-Pois é filho, o Padrinho nem sempre acerta….e agora? 

-Fiz lá um festival, fiz uma cerveja dos cavaleiros-soldados, mas não encontrei nada. Levei lá o maricas de Lisboa e nada, não quis. Que era caro, longe de tudo, no meio do nada. Ainda lhe disse que ficava coladinho ao Monte, nem assim. 

Será que há  algum feitiço contra mim? 

-Sabes filho tens de pôr a tua gente a trabalhar, mas a sério, não é como faz a regente lá no burgo; recebe a comida para os pobres, não a distribui e depois vende-a, quer dizer, cozinha-a e vende-a nos almoços. E o chefe dos bêbados? 

-Bem….com o Santo a senhora sabe muita coisa, ainda pús lá o  efeminado, mas não encontrou nada e diz-se ele especialista…….   

-Põe o pífaro…sempre servirá para alguma coisa…. 

-Ainda me lembrei da tolinha da aldeia, mas ela se vai para lá é só pó para limpar……e fumar. Sabe como ela é. 

-Olha cá; quanto deste por aquilo, aquele monte de pedras? 

-2 milhões…pagos em 10 anos….bem, um pouco mais acabaram por ser 14. Mas enquanto receberam estiveram calados…..Agora dizem que foi muito menos…. 

-Mas por tudo? Árvores, terrenos, casas…. 

-Não……só pelas casas.. 

-És um burro. Já no Monte tinhas comprado um conjunto de pedras por um balúrdio só porque não percebes nada de coisa nenhuma e precisaste de quem te fizesse um museu. Na tua terra fizeste um monte de disparates; davas dinheiro para o rancho dos burros e eras membro da direcção só fazes borradas…  

-Deixe lá….mas atinei com o tonho das festas e aquelas coisas das comédias vestidos à antiga, de sarapilheira e com umas cruzes à frente…Devo dizer que adoro quando ando assim vestido…tenho posse de estadista. Pareço um rei que distribui o bodo aos pobres. 

-Olha cá. Que diz a Fernandinha lá de fora destas tuas parvoíces? 

-Diz que eu ás vezes borro a pintura e estrago dinheiro a esmo. 

-Pois estragas. Dinheiro bem gasto foi quando o Padrinho te obrigou a dares 2 milhões, supostamente para os velhos e a garotada terem melhores condições e para ele ter uns trocos…os processos custam caro, muito caro. 

-Bem…por falar nisso nem sabe a gritaria que foi. Ele queria lavá-lo pelos meus contactos, foi lixado. Quase andámos à estalada…. 

-Imaginaste que o Padrinho era o Antenas? 

 “roubo, mas faço” 

 

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Jorge Azinheiro
Jorge Azinheiro
Profissional liberal com conhecimentos profundo (mais de 30 anos de experiência) em marketing e vendas, nas áreas do grande consumo e grande distribuição, TI, APP’s, microelectrónica. Membro do movimento associativo com diversas participações em associações de estudantes, de jovens e recreativas culturais.

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