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Depois da fuga dos Pides, Alcoentre voltou a ser palco de fuga colectiva de presos

O gabinete do secretário-geral do Serviço de Segurança Interna salientou “a estreita cooperação e coordenação entre as diversas entidades nacionais” e confirmou o pedido de ajuda internacional para a captura dos cinco presos que se evadiram na manhã de sábado da prisão de alta segurança de Vale de Judeus. O Presidente da República acompanha caso de fuga de reclusos que acontece 49 anos depois de a 29 de Junho de 1975, 89 agentes da PIDE terem fugido da cadeia de Vale de Judeus.

Depois da fuga dos Pides, Alcoentre voltou a ser palco de fuga colectiva de presos
Foto: SIC Notícias – Fuga dos Pides em 1975

Quarente e nove anos depois da célebre fuga colectiva dos Pides de Alcoentre no Verão Quente de 1975, cinco reclusos considerados perigosos conseguiram protoganizar uma espectacular fuga colectiva da prisão de Vale de Judeus, em Alcoentre, colocando as autoridades em alerta, com PSP e GNR no terreno na caça aos homens.

O Sistema de Segurança Interna (SSI) já “agilizou a cooperação policial internacional” para a captura dos cinco reclusos. Em comunicado, o gabinete do secretário-geral do SSI salienta “a estreita cooperação e coordenação entre as diversas entidades nacionais”, tendo o SSI feito reuniões com PJ, PSP, GNR e Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) para “partilhar informações”.

“Alertadas para a situação pela DGRSP, logo que tomaram conhecimento, a GNR, a PSP e a PJ desencadearam, nas suas esferas de responsabilidade, todas as diligências consideradas adequadas à ocorrência em causa”, acrescenta o comunicado. O SSI pede que “qualquer informação relevante deve ser comunicada às autoridades policiais”.

Entretanto, o Presidente da República já se pronunciou sobre o caso e afirma que está a acompanhar “desde o primeiro minuto” o caso de fuga de cinco reclusos do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre, e espera que seja rapidamente resolvido.

“Estou a acompanhar a situação, desde o primeiro minuto, e, portanto, a acompanhar as informações que vierem a chegar, e espero que sejam boas, uma vez que é uma situação que é sempre indesejável, naturalmente. Esperemos que seja resolvida e enfrentada o mais rápido possível”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, no Palácio de Belém, em Lisboa.

Questionado sobre se considera que este caso tem implicações para a segurança do país, o chefe de Estado respondeu: “Não sei, vamos ver. A informação que temos ainda da evolução dos acontecimentos é muito curta, tem horas”.

“Vamos deixar ver, para depois saber o que é que se passa, e o próprio Governo, tendo dados disponíveis, não deixará de informar os portugueses, espero”, acrescentou.

Cinco reclusos fugiram hoje do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre, no distrito de Lisboa, anunciou a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP).

Segundo a DGRSP, uma avaliação preliminar, com recurso a imagens de videovigilância, aponta para uma fuga dos cinco homens pelas 10:00 “com ajuda externa através do lançamento de um escada, que permitiu aos reclusos escalarem o muro e acederem ao exterior”.

Uma das câmaras de videovigilância da prisão de Vale de Judeus estava desligada no momento da fuga, que ocorreu às nove da manhã, mas que a Direção-geral dos Serviços Prisionais sustenta ter ocorrido uma hora depois. No exterior, homens treinados, provavelmente antigos militares, estavam preparados para a evasão.

Dois dos reclusos são reincidentes na fuga. “Antes estiveram detidos em Monsanto, outra prisão de alta segurança, de onde já tinham tentado fugir”, adianta fonte ligada às investigações.

Os evadidos são dois cidadãos portugueses, Fernando Ribeiro Ferreira e Fábio Fernandes Santos Loureiro, um cidadão da Geórgia, Shergili Farjiani, um da Argentina, Rodolf José Lohrmann, e um Reino Unido, Mark Cameron Roscaleer, com idades entre os 33 e 61 anos.

Foram condenados a penas entre os sete e os 25 anos de prisão, por crimes entre os quais tráfico de droga, associação criminosa, roubo, sequestro e branqueamento de capitais.

De acordo com a DGRSP, foi aberto um processo de inquérito interno, a cargo do Serviço de Auditoria e Inspeção, coordenado pelo Ministério Público.

“Conforme o protocolo, foram feitas imediatamente comunicações devidas aos órgãos de política criminal com vista à recaptura dos evadidos”, acrescentou a DGRSP, em comunicado.

Curiosamente, este é o segundo caso relacionado com a segurança que acontece no espaço de duas semanas. No dia 28 de agosto registou-se um assalto à secretaria-geral do Ministério da Administração Interna, no edifício da Rua de São Mamede, em Lisboa, no qual foram levados oito computadores, mas dos quais apenas dois estavam a uso, segundo um comunicado do ministério.

As identidades dos fugitivos

Depois da fuga dos Pides, Alcoentre voltou a ser palco de fuga colectiva de presos
Foto: PJ – Forças de segurança lançaram alerta geral e divulgam imagens dos presos em fuga

Fernando Ribeiro Ferreira (português), de 61 anos, condenado a 25 anos pelos crimes de tráfico de estupefacientes, associação criminosa, furto, roubo e rapto;

Rodolf José Lohrmann (argentino), de 59 anos, condenado a 18 anos e 10 meses pelos crimes de associação criminosa, furto, roubo, falsas declarações e branqueamento de capitais;

Mark Cameron Roscaleer (inglês), de 39 anos, condenado a 9 anos, pelos crimes de sequestro e roubo;

Shergili Farjiani (georgiano), de 40 anos, condenado a 7 anos, pelos crimes de furto, violência depois da subtração e falsificação de documentos;

Depois da fuga dos Pides, Alcoentre voltou a ser palco de fuga colectiva de presos
Foto: PJ – Forças de segurança lançaram alerta geral e divulgam imagens dos presos em fuga

 

Fábio Fernandes Santos Loureiro, conhecido como Fábio ‘Cigano’ (português), de 33 anos, condenado a 25 anos, pelos crimes de tráfico de menor quantidade, associação criminosa, extorsão, branqueamento de capitais, injuria, furto qualificado, resistência e coação sobre funcionário e condução sem habilitação legal.

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