Os Emirados Árabes Unidos (EAU) aprovaram a integração da disciplina de Inteligência Artificial (IA) em todos os níveis do sistema educativo, incluindo o jardim de infância, com início já no próximo ano letivo. A medida, anunciada pelo primeiro-ministro Mohammed bin Rashid al-Maktoum através da rede social X, marca um passo decisivo na transformação digital da educação no país.
“O governo aprovou hoje o currículo final da disciplina de IA em todos os níveis da educação pública, desde o jardim de infância até ao 12.º ano, a partir do próximo ano letivo”, afirmou o governante. Esta iniciativa insere-se na visão estratégica de longo prazo dos EAU, que visa preparar as futuras gerações para um mundo radicalmente alterado por tecnologias emergentes.

Segundo Mohammed bin Rashid al-Maktoum, o objetivo passa não só por dotar os alunos de uma compreensão técnica da IA, mas também por promover a consciência ética associada a esta tecnologia. O primeiro-ministro sublinhou a importância de sensibilizar os jovens para o funcionamento dos algoritmos, a gestão dos dados e os riscos potenciais da IA, além de reforçar o papel da tecnologia na vida quotidiana e na sociedade em geral.
A ministra da Educação, Sarah Bint Yousef Al Amiri, detalhou que o novo currículo foi estruturado em sete áreas fundamentais: dados, algoritmos, aplicações de software, ética na IA, aplicações no mundo real, inovação e design de projetos com recurso a IA, bem como políticas e envolvimento social. Os conteúdos foram desenvolvidos de forma progressiva e adaptados às diferentes faixas etárias, desde os mais pequenos até ao final do ensino secundário.
Esta reforma educativa confirma o posicionamento dos EAU como um dos países mais ambiciosos no campo da inteligência artificial. Já em 2017, o país deu um sinal claro ao mundo ao nomear o primeiro ministro de Estado exclusivamente dedicado à IA, tornando-se pioneiro nesta área a nível global.
Com esta aposta, os EAU pretendem reforçar a sua liderança tecnológica e diversificar uma economia ainda fortemente dependente dos hidrocarbonetos, investindo de forma estruturada na formação de capital humano altamente qualificado para os desafios do século XXI.