A Bipol Fashion, uma empresa têxtil localizada em Guimarães, fechou portas esta segunda-feira, 9 de setembro, deixando cerca de 40 trabalhadores, maioritariamente mulheres, sem emprego. A decisão inesperada gerou uma onda de preocupação, não só devido ao súbito encerramento, mas também ao facto de a empresa não ter procedido ao pagamento dos salários de agosto nem dos subsídios de férias aos seus funcionários.
Segundo Francisco Vieira, representante do Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes, o processo de insolvência da Bipol Fashion ainda não foi submetido ao tribunal, o que impede, por agora, que os trabalhadores solicitem o subsídio de desemprego. O dirigente sindical apela a uma rápida formalização do pedido, de forma a minimizar o impacto económico nas famílias afetadas.
Na carta enviada aos trabalhadores, datada de 3 de setembro, a administração da empresa justifica a decisão com as dificuldades financeiras resultantes de uma combinação de fatores, incluindo a falta de encomendas, aumento dos custos de produção e elevada carga fiscal. “Nada mais resta à gerência senão tomar a difícil decisão de se apresentar à insolvência”, lê-se na carta, à qual a agência Lusa teve acesso.
Os trabalhadores, apanhados de surpresa, irão concentrar-se amanhã, 10 de setembro, às 9h30, em frente à sede da empresa, no centro de Guimarães, em protesto contra o encerramento repentino e o não pagamento dos seus direitos laborais. A empresa compromete-se, no entanto, a colaborar com o administrador de insolvência que vier a ser nomeado, assegurando a entrega de toda a documentação necessária para que os trabalhadores possam requerer os seus créditos salariais e o subsídio de desemprego o mais rapidamente possível.
Este encerramento representa mais um golpe no setor têxtil da região, já pressionado pelas condições económicas adversas e pela crescente instabilidade do mercado.