A Rússia condenou veementemente a decisão dos Estados Unidos de instalar mísseis de longo alcance na Alemanha, acusando-a de provocar um retorno aos tempos da Guerra Fria, num contexto já tenso de conflito na Ucrânia. Dmitri Peskov, porta-voz da presidência russa, afirmou que a participação direta de países como Alemanha, Estados Unidos, França e Reino Unido no conflito ucraniano está a exacerbar as tensões internacionais
Para Peskov, essa medida representa uma tentativa deliberada de assegurar uma vantagem estratégica no campo de batalha, conforme expressado em uma entrevista à televisão pública russa. Apesar da crítica, Peskov instigou a união e a mobilização do potencial russo para cumprir os objetivos da operação militar especial na Ucrânia, termo utilizado pelo Kremlin para descrever a intervenção no país vizinho iniciada há quase dois anos e meio.
A Casa Branca anunciou recentemente o plano de implantar novos sistemas de armamento na Alemanha a partir de 2026, permitindo ataques a distâncias superiores às capacidades dos sistemas americanos atualmente posicionados na Europa. Em resposta às preocupações sobre uma possível escalada armamentista, o chanceler alemão Olaf Scholz defendeu a medida como parte essencial da estratégia de dissuasão e garantia de paz regional, destacando sua importância e o momento oportuno da decisão, tomada à margem da última cimeira da NATO em Washington.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, elogiou esta quinta feira a decisão dos Estados Unidos de instalar mísseis de longo alcance na Alemanha, afirmando que esta medida é crucial para “assegurar a paz”. A instalação destes equipamentos, prevista para 2026, faz parte da estratégia de dissuasão da NATO na Europa, reforçando o compromisso de Washington com a segurança do continente.
Scholz enfatizou que a iniciativa é não apenas necessária, mas também oportuna, sublinhando a importância da dissuasão para a estabilidade regional. Os mísseis incluirão sistemas como SM-6, Tomahawk e armas hipersónicas, projetados para ampliar significativamente o alcance das capacidades terrestres atualmente disponíveis na Europa.
O anúncio ocorre no contexto da cimeira da NATO em Washington, onde líderes da Aliança discutem medidas de apoio à Ucrânia diante da invasão russa. Além da instalação dos mísseis na Alemanha, os Estados Unidos e quatro países europeus comprometeram-se a enviar sistemas de defesa aérea Patriot para ajudar na defesa ucraniana.
Scholz, que se encontrou com o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky à margem da cimeira, reiterou o apoio da Alemanha e destacou o significado do fornecimento adicional de sistemas Patriot. Segundo ele, esta medida é crucial não apenas para a segurança da Ucrânia, mas também para fortalecer a unidade dentro da NATO em resposta à agressão russa.
O chanceler alemão destacou ainda o papel da Alemanha em promover estas iniciativas e em persuadir os parceiros da Aliança Europeia sobre a sua necessidade.