A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) estabeleceu um protocolo de cooperação com o LabCom — Unidade de Investigação em Ciências da Comunicação da Universidade da Beira Interior (UBI), com o objetivo de identificar e analisar conteúdos de desinformação difundidos nas redes sociais durante o período que antecede as eleições legislativas.
O acordo, formalizado recentemente, visa reforçar o combate à desinformação no espaço digital, tendo como foco publicações relacionadas com as candidaturas partidárias. A análise está a ser conduzida por uma equipa especializada do LabCom-UBI desde 18 de abril e irá prolongar-se até ao dia das eleições, agendadas para 18 de maio.
Segundo a ERC, os trabalhos de monitorização abrangem as principais plataformas digitais, incluindo Facebook, X (antigo Twitter), Instagram, TikTok e YouTube. O principal objetivo é identificar conteúdos falsos ou manipulados que possam comprometer a integridade do processo eleitoral.
“A ERC está particularmente empenhada em contribuir, no quadro das suas competências, para o combate à desinformação. Esta parceria reafirma o nosso compromisso com a defesa do direito à informação dos cidadãos e da liberdade de imprensa, valores nucleares e essenciais à proteção da integridade dos processos democráticos”, declarou a presidente da ERC, Helena Sousa, citada em comunicado oficial.
Por seu lado, João Canavilhas, investigador do LabCom-UBI, sublinha a importância da iniciativa. “Este protocolo surge na sequência de uma primeira colaboração com a ERC nas eleições Europeias de 2024 e espera-se que permita aperfeiçoar o processo de identificação de conteúdos desinformativos. O objetivo do LabCom é contribuir para uma sociedade melhor usando a sua investigação”, afirmou.
Entre os tipos de conteúdos a ser analisados encontram-se sondagens falsas ou oriundas de entidades não registadas na ERC, notícias manipuladas com o intuito de criar uma perceção distorcida da realidade, e conteúdos que imitam o grafismo e o formato de órgãos de comunicação social credíveis, mas que visam enganar os utilizadores.
Serão também identificados vídeos informativos manipulados, publicações que procuram descredibilizar notícias verdadeiras através da disseminação de falsidades, e páginas que se apresentam como órgãos de comunicação social mas que têm como único propósito espalhar desinformação.
Com esta parceria, a ERC e o LabCom-UBI assumem um papel ativo na proteção do espaço público informativo e na garantia de um ambiente digital mais transparente e fiável durante um dos momentos mais decisivos da vida democrática nacional.