O Ministério Público (MP) abre investigação sobre alegado caso de corrupção que implica o ex-presidente da Câmara de Ovar, Salvador Malheiro. As acusações surgem após entrevista explosiva ao Diário de Notícias.
O Ministério Público (MP) lançou um inquérito para apurar as alegações de corrupção que envolvem o ex-presidente da Câmara de Ovar, Salvador Malheiro. O caso veio à tona após uma entrevista concedida por Mário Monteiro, ex-militante do PSD e líder atual do Chega em Ovar, ao Diário de Notícias (DN).
Segundo Mário Monteiro, Salvador Malheiro teria recebido envelopes com dinheiro em troca da adjudicação de uma obra. A denúncia provocou uma reação imediata do MP, que confirmou a abertura do inquérito com base em uma denúncia anónima recentemente recebida.
Salvador Malheiro, que suspendeu temporariamente o mandato na autarquia vareira para integrar as listas da Aliança Democrática (AD) nas eleições legislativas de 10 de março, não ficou inerte perante as acusações. Hoje, apresentou uma queixa-crime contra Mário Monteiro no tribunal local de Ovar.
Em comunicado publicado em sua página no Facebook, Malheiro classificou as acusações como “completamente falsas e infundadas”, afirmando que tais alegações ofenderam profundamente seu bom nome, honra, dignidade e reputação. O ex-autarca afirmou que a queixa-crime inclui um pedido de indemnização civil.
“Espero agora que a justiça seja célere por forma a minimizar os graves danos causados” sobre a sua pessoa, concluiu Salvador Malheiro.
Na entrevista ao DN, Mário Monteiro alegou ter apresentado o empreiteiro José Barros de Sousa ao então presidente da Câmara de Ovar, facilitando entregas de dinheiro a Salvador Malheiro. Monteiro afirmou que, para ganhar a obra, o empreiteiro deveria contribuir com 120 mil euros para o PSD.
Salvador Malheiro, por sua vez, negou veementemente as acusações, reiterando que são fruto de “imaginação pura” e que serão o cerne de sua queixa-crime contra Mário Monteiro. Apesar de admitir encontros com Monteiro e o representante do empreiteiro em questões institucionais normais, Malheiro destacou que refuta categoricamente as alegações de recebimento de dinheiro.
O ex-presidente da Câmara de Ovar afirmou estar “forte e focado” e desconhecer qualquer investigação em curso. Já o empreiteiro José Barros de Sousa, apontado por Monteiro como o corruptor ativo de Salvador Malheiro, optou por não fazer comentários ao Diário de Notícias quando confrontado com as acusações. O desenrolar deste escândalo promete agitar as águas políticas locais, enquanto a justiça se prepara para lançar luz sobre as denúncias de corrupção.