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Escolas Públicas descem no ranking geral e aparecem apenas em 39.º lugar

As escolas públicas desceram no ranking das melhores médias nos exames. A primeira escola pública surge em 39.º lugar e localiza-se em Vouzela, uma vila do interior a uma hora de viagem do colégio do Porto que agora lidera a tabela.

Escolas Públicas descem no ranking geral e aparecem apenas em 39.º lugar
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Numa lista realizada pela Lusa que ordena 496 estabelecimentos de ensino por média obtida nos exames nacionais do secundário de 2022, os colégios voltam a destacar-se, sendo preciso descer até ao 39.º lugar para encontrar a primeira escola pública.

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Comparando com o ano anterior, regista-se uma descida de oito lugares, já que em 2021 a escola pública com melhor média estava em 31.º, segundo os dados disponibilizados pelo Ministério da Educação.

Os alunos de Vouzela, uma vila da Beira Alta, obtiveram a melhor nota: 13,37 valores foi a média dos 130 exames realizados na Escola Secundária de Vouzela em 2022.

Vouzela quebrou assim a tendência de os primeiros lugares serem, invariavelmente, ocupados por escolas públicas situados no centro das grandes cidades, em bairros de classe alta, onde quase não existem alunos carenciados.

A secundária de Vouzela ocupa o 1.º lugar do ranking do ensino público, seguida de outras três já, por várias vezes, galardoadas como é o caso da D. Filipa de Lencastre, em Lisboa, a Infanta D. Maria, em Coimbra, ou a Secundária do Restelo, em Lisboa.

Além das públicas surgirem mais abaixo na tabela geral, também as notas baixaram ligeiramente: A média em Vouzela foi de 13,37 enquanto no ano anterior o primeiro lugar foi ocupado pela Escola Artística António Arroio, em Lisboa, com uma média de 13,58 valores.

Uma hora de carro e quase três valores separam a secundária de Vouzela do Grande Colégio Universal, na cidade do Porto, vencedor do 1.º lugar da tabela geral, destronando o Colégio Efanor, que no ano anterior obteve a melhor média nacional (16,16 valores em 107 exames).

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Este ano, a média de 16,37 valores nos 184 exames realizados pelos alunos do Grande Colégio Universal deram-lhe o 1.º lugar, seguindo-se o Colégio Efanor, em Matosinhos, (16,3 valores), o Colégio Dom Diogo de Sousa, em Braga (16 valores), e o Colégio Nossa Senhora do Rosário, no Porto (15,91), que volta a ficar em 4.º lugar depois de vários anos em que ocupava a melhor posição do ‘ranking’ elaborado pela Lusa.

Novamente, no ano passado, os alunos dos colégios voltaram a ter melhores resultados médios: A média nacional dos privados foi de 12,9 valores e das escolas públicas foi de 11,2 valores.

No fim da tabela geral, surgem nove escolas públicas e apenas uma privada e, se entre as 10 melhores a maioria fica no norte do país, entre as 10 mais mal classificadas, oito são na área metropolitana de Lisboa, com exceção de uma secundária em Coimbra e outra nos Açores.

Volta a ser no norte que se encontram as melhores médias por distrito: Porto surge no topo da tabela (12 valores), ocupando o lugar que nos últimos anos pertencia a Viana do Castelo, que agora surge em 2ºlugar (11,8 valores), seguido de Braga (11,75 valores), Viseu (11,73 valores) e Coimbra (11,6).

Lisboa, o distrito com mais alunos e quase 50 mil exames realizados, sobe três lugares ficando em 7.º lugar (11,5 valores).

Mais uma vez, as médias dos alunos que realizaram as provas no estrangeiro foram as mais baixas (9,9 valores), mas desta vez há uma subida da média dos alunos das ilhas dos Açores (10,9), que costuma ser a pior região nacional e este ano aparece mais bem classificada que Portalegre (10,8), Setúbal (10,7) e Beja (10,7).

A Federação Nacional dos Professores considera que o ranking é uma fraude anual, em que “se compara o incomparável”, e que o ministro da Educação, ao elaborar e divulgar estes rankings, está a marginalizar as escolas públicas e a discriminar os alunos.

“Continuamos a considerar os rankings uma fraude repetida anualmente em que se compara o incomparável”, disse o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, após uma reunião do secretariado nacional da federação sindical.

Para o secretário-geral da Fenprof, as escolas públicas, ao contrário dos colégios privados não escolhem os alunos, mas “recebem todos”.

“Ainda bem que assim é, oxalá que assim continue a ser”, salientou.

Já a presidente do Conselho Nacional da Fenprof, Manuela Mendonça, afirmou que os ‘rankings’ não avaliam escolas.

“Há 22 anos, anualmente no dia em que saem os ‘rankings’ das escolas a Fenprof toma posição, denunciando o que é uma mistificação. […] Isso tem vindo a tornar-se mais claro. Não se podem comparar escolas cujas realidades educativas são distintas”, indicou.

De acordo com Manuela Mendonça, não é possível comparar uma escola privada, que seleciona os seus alunos, com uma escola pública que recebe todos os alunos.

“Embora os ‘rankings’ existam fundamentalmente para promover o ensino privado, […] há também muitos outros dados, nomeadamente estudos, que provam que há mais alunos das escolas privadas a entrar nas universidades, porque têm médias mais elevadas, mas na universidade os alunos que se saem melhor são os alunos das escolas públicas”, acrescentou.

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