A empresa que voa de Bragança a Portimão acusa Estado de falhar pagamento e, por isso, vai interromper ligação. O Estado tem falhado pagamentos, mas a operação continuou “enquanto foi humanamente e financeiramente possível”, assegura a Sevenair, que continua a aguardar pela renovação da concessão. O contrato da concessão do serviço de transporte aéreo regular Bragança/Vila Real/Viseu/Cascais/Portimão terminou em 28 de fevereiro deste ano, tendo sido assinados dois ajustes diretos para manter a linha em funcionamento.
O Grupo Sevenair anunciou que a ligação aérea Bragança-Portimão vai parar na segunda-feira. A justificação é a falta de pagamento do serviço pelo Estado, que tem uma dívida total de 3,8 milhões de euros, provocando o “estrangulamento de tesouraria”.
“Em virtude do estrangulamento de tesouraria, o serviço prestado há mais de 15 anos será interrompido a 30 de setembro próximo [segunda-feira], por manifesta impossibilidade, em face do incumprimento das obrigações assumidas contratualmente pelo Estado Português”, explica o Grupo Sevenair em comunicado divulgado esta quarta-feira.
O contrato da concessão do serviço de transporte aéreo regular Bragança/Vila Real/Viseu/Cascais/Portimão terminou em 28 de fevereiro deste ano. No entanto, foram assinados dois ajustes diretos para manter a linha em funcionamento, enquanto o Governo lançava um novo concurso internacional para a concessão do serviço.
Em janeiro, o Grupo Sevenair assinou um primeiro ajuste direto ainda com o Governo anterior, que vigorou de março a junho, por 750 mil euros. Já com o atual Executivo foi assinado um segundo ajuste direto, válido até setembro, por 900 mil euros.
Em ambos os casos, segundo a Sevenair, o contrato previa que “o Estado pagasse mensalmente, de acordo com a prestação do serviço de transporte que foi integralmente prestado”.
O grupo informou ainda que o Governo ainda não liquidou “o valor integral de todos os serviços aéreos prestados este ano na ligação aérea regional” Bragança – Portimão.
“A verdade é que dia 30 de setembro ambos os contratos estarão concluídos e executados pela Sevenair, sem que o Estado tenha liquidado qualquer verba este ano de 2024, nem tão pouco tenha liquidado pendentes de anos anteriores, que, somando aos depósitos feitos pela empresa a título de garantia, fazem com que a dívida total do Estado ronde já os três milhões e 800 mil euros”, revela o Grupo Sevenair, citado pela agência Lusa.