A cultura, como um rio caudaloso, deveria irrigar os recantos mais remotos de uma região. Contudo, nas aldeias circundantes à cidade de Castelo Branco, esse fluxo cultural parece estagnar, deixando muitos à margem de experiências enriquecedoras. Leopoldo Rodrigues e sua equipe, incumbidos de fomentar o desenvolvimento cultural, falham ao não providenciar meios de transporte e informação acessível às freguesias mais distantes.
A falta de acesso ao transporte para a cidade impede que os habitantes das aldeias desfrutem da agenda cultural, especialmente dos espetáculos no Cine-Teatro Avenida. Para aqueles que vivem a 20 quilómetros de distância, a cultura torna-se um luxo inacessível, uma promessa distante cuja realização é tolhida pela ausência de meios de locomoção. É uma injustiça que desfavorece a vida cultural destas comunidades periféricas.
Leopoldo Rodrigues, frequentador assíduo das festas rurais, parece desconhecer o verdadeiro papel de um gestor cultural. Sua presença nestes eventos, embora possa trazer algum alento momentâneo, não supre a necessidade de uma política cultural eficaz e abrangente. É imperativo que compreenda que divulgar a cultura não é apenas espalhar entretenimento pelas aldeias, mas sim garantir que todos tenham acesso às riquezas culturais disponíveis.
A qualidade de vida almejada por aqueles que escolhem viver no seio das aldeias não pode ser desfrutada plenamente se a cultura permanecer confinada às muralhas da cidade. A autarquia, ao investir em espetáculos culturais, deve também investir em meios de transporte acessíveis a todos, independentemente de sua localização geográfica. Privar os habitantes das aldeias dessa experiência é negar-lhes não apenas entretenimento, mas também uma parte fundamental da sua identidade e bem-estar.
Em suma, a falta de iniciativas para proporcionar transporte e informação cultural às aldeias circundantes de Castelo Branco é um reflexo da negligência e falta de visão da gestão cultural local. É tempo de Leopoldo Rodrigues e sua equipa entenderem que a cultura não pode ser confinada às fronteiras da cidade, mas deve fluir livremente por todo o território, nutrindo e enriquecendo todas as comunidades por igual.