Todo o território continental está sobre alerta para o risco de incêndio rural até às 23h59 desta terça-feira, o que obrigou o Governo a anunciar uma série de medidas excepcionais e o Exército a aumentar o número de patrulhas de vigilância e prevenção a incêndios, com 80 militares por dia no terreno.
O Exército Português vai reforçar o patrulhamento de prevenção a incêndios, após ter sido declarado estado de alerta máximo até terça-feira em todo o país, colocando diariamente no terreno 80 militares, anunciou hoje a força militar.
Em comunicado, o Exército Português explicou que conta agora com 36 patrulhas no terreno, num total de 80 militares por dia.
“Com o agravar das condições meteorológicas e na sequência da declaração de situação de alerta em todo o país, o Exército Português reforçou o dispositivo de patrulhamento de prevenção a incêndios já existente em 12 patrulhas de vigilância e deteção nos distritos de Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria, Santarém e Viseu”, frisou.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) aumentou hoje o estado de alerta e prontidão dos meios de socorro para o nível mais elevado, na segunda e terça-feira, devido ao risco de incêndio na generalidade do continente.
Numa conferência de imprensa em Carnaxide, Oeiras, o comandante nacional de emergência e proteção civil, André Fernandes, apelou mais uma vez aos cidadãos que colaborem com as autoridades e evitem comportamentos de risco nestes dias, adotando medidas de proteção face a eventuais situações de perigo. “Vamos passar três dias muito complicados em termos de incêndios rurais”, disse.
Além dos 14.000 operacionais já no terreno, o nível de alerta máximo (vermelho) implica o reforço do dispositivo com mais 682 homens em alguns pontos estratégicos.
Após o alerta das entidades de proteção civil, também o Governo declarou Situação de Alerta para todo o território do continente até às 23:59 de terça-feira com medidas excecionais devido ao agravamento do perigo de incêndios rurais.
A Situação de Alerta implica várias medidas excecionais como a proibição do acesso e circulação em vários espaços florestais, proibição da realização de queimadas e de trabalhos em florestas com recurso a maquinaria (com exceção para as situações de combate a incêndios rurais).
Governo toma medidas excecionais
O Governo declarou situação de alerta para todo o território continental a partir das 13h da tarde deste domingo até às 23h59 da próxima terça-feira, devido ao agravamento do risco dos incêndios rurais. Como prevenção, o Governo anunciou uma série de medidas excepcionais.
As medidas passam pela “proibição do acesso, circulação e permanência no interior dos espaços florestais, bem como nos caminhos rurais e outras vias que os atravessem”; pela proibição de
queimadas e da execução de trabalhos nos espaços florestais “com recurso a qualquer tipo de maquinaria, com exceção dos associados a situações de combate a incêndios rurais” ou pela proibição de fogo de artifício, ou de “outros artefactos pirotécnicos, independentemente da sua forma de combustão”.
As proibições não abrangem, por exemplo, “os trabalhos associados à alimentação e abeberamento de animais”; a extração de cortiça por métodos manuais ou os trabalhos de construção civil, “desde que inadiáveis e que sejam adotadas as adequadas medidas de mitigação de risco de incêndio rural”.
Em comunicado à imprensa, André Fernandes, o Comandante Nacional da Proteção Civil, destacou a “elevação do grau de quantidade de resposta operacional por parte das forças de segurança, nomeadamente a GNR e a PSP, com reforço de meios para operações de vigilância, fiscalização, patrulhamento, dissuasores e também de comportamentos”.
O Comandante salientou, em particular, o reforço “das equipas de emergência médica, de saúde pública e de apoio social”, bem como das equipas de sapadores florestais. Segundo André Fernandes houve, ainda, um “reforço de 672 operacionais, a somar aos mais de 14 mil que já estão no terreno”.