Preço da meia dúzia de ovos sobe quase 28% desde janeiro e atinge os 2,06 euros. Inflação continua a pesar no orçamento das famílias portuguesas com nova escalada no preço de um dos alimentos mais básicos
O preço da meia dúzia de ovos aumentou de forma significativa nos primeiros seis meses de 2025, passando de 1,61 euros no dia 1 de janeiro para 2,06 euros a 25 de junho. Os dados, fornecidos pela Deco – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor – revelam um acréscimo de 27,95%, correspondente a mais 45 cêntimos por embalagem.
Segundo a Deco, o aumento mais acentuado ocorreu durante o primeiro trimestre. Entre 1 de janeiro e 26 de março, o preço subiu 27,3%, o que equivale a um encarecimento de 44 cêntimos. Até ao início de março, o valor da meia dúzia de ovos não ultrapassava os 1,70 euros, demonstrando uma subida rápida e pronunciada nas semanas seguintes.
Após esse período, registou-se alguma estabilização. Entre 26 de março e 16 de abril, o preço manteve-se constante nos 2,05 euros. No entanto, a 23 de abril, o valor atingiu o pico de 2,07 euros – marca que voltou a verificar-se a 14 de maio, 11 de junho e 18 de junho. Durante o segundo trimestre, a variação foi mais moderada, com um aumento de apenas um cêntimo, de 2,05 para 2,06 euros.
Este agravamento nos preços não é um fenómeno isolado. A tendência começou por se manifestar nos Estados Unidos, onde uma grave escassez de ovos foi provocada por surtos de gripe das aves, obrigando ao abate de milhões de galinhas poedeiras. A crise no fornecimento gerou desequilíbrios no mercado global, com reflexos evidentes também em Portugal.
Em março, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou o seu antecessor, Joe Biden, de ter conduzido o país a uma “catástrofe económica e um pesadelo de inflação”, citando a escassez e o aumento do preço dos ovos como um dos sintomas mais visíveis da crise.
O aumento expressivo deste produto essencial preocupa consumidores e associações de defesa dos direitos dos cidadãos, que alertam para o impacto crescente da inflação no cabaz alimentar das famílias portuguesas. A Deco sublinha a necessidade de uma vigilância constante dos preços e de medidas eficazes para conter a escalada dos bens de primeira necessidade.