O professor, escritor, fotógrafo, ator, músico e artesão António Supico inaugura hoje a sua exposição “TRAD&ARTE – A Arte na Tradição” na Sala da Nora do Cine-Teatro Avenida em Castelo Branco, pelas 18H30, numa iniciativa do município daquela cidade. A entrada é gratuita.
A exposição nasce no seguimento do projeto em que, já reformado, criou na “Praça” do Fundão, a oficina «TRAD ART – A Arte na Tradição», onde construiu diversos brinquedos para crianças, muitos deles feitos a partir de materiais reutilizados, apostando na componente ecológica. Mais tarde, fez um curso de formação para aprender a construir o instrumento musical viola beiroa, típico da Beira Baixa, e abraçou o desafio de fazer outros instrumentos musicais. Das suas mãos, já nasceram os mais variados instrumentos de cordas, alaúdes, violas românticas, bandolins, «bouzoukis», guitarras portuguesa e clássica. Todos estes instrumentos levam diversas decorações e motivos ornamentais.
António José Nunes Supico nasceu em 1954 na zona histórica do Fundão. O mais novo de três irmãos, oriundo de família humilde, filho de sapateiro e de uma vendedora de sardinhas, nas festas populares e religiosas, Supico vendia «santinhas», rebuçados de açúcar-caramelo, dos cordões de pinhões, velas… Foi cauteleiro e no Café Cine, do Fundão, desempenhou a profissão de engraxador.
Concluiu, em 1971, o Curso de Formação Eletromecânica na antiga Escola Preparatória do Fundão. Em 1974, completou o Curso de Habilitação Complementar aos Institutos Indústrias, na Escola Campos Melo na Covilhã, e em seguida frequentou o Instituto Politécnico da Covilhã, atual Universidade da Beira Interior (UBI).
Em 1976, ingressou na carreira de professor, exercendo a docência durante trinta e sete anos de Trabalhos Manuais, passando à disciplina de Educação Visual e Tecnológica, na Escola Básica do 2.º e 3.º Ciclos da Serra da Gardunha, no Fundão.
Desde 1991, até aos dias de hoje, tem publicado com regularidade livros escolares vocacionados para a sua área.
As qualidades dos seus trabalhos fotográficos já foram reconhecidas e apresentadas em diversas exposições individuais e coletivas, em diversos concelhos.
Foi colaborador e sócio fundador da Companhia de Teatro «ESTE – Estação Teatral», com pequenas participações em palco e registo fotográfico das suas peças.
Esteve sempre ligado à música, primeiro no Grupo «Psicadélico 7» e depois no «ANAIFAIA», que apostou na tradição musical etnográfica e saber popular, com temas das Beiras e das vidas das suas gentes.
António Supico integrou ainda o projeto «Antígona Ensemble» e «Bordões da Beira», com o intuito de animar eventos de cariz temático, com base na recolha de música popular da Beira Baixa, participando em diversas festividades.