O presidente da federação de Campismo pede acção ao Governo para dar casa a quem recorre a tendas em parques, admitindo, contudo, casos “pontuais”, mas avisa que a lei não permite usar parques de campismo como morada permanente. Todavia, este responsável recorda que já houve exceções, durante a pandemia de Covid-19.
A Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal (FCMP) entende que o Governo deve tomar medidas para ajudar quem tenta viver em parques de campismo por não conseguir pagar casa.
O presidente da FCMP, Paulo Sousa, confirma que há, de facto, casos destes, embora sejam “residuais”. O responsável reconhece o “papel social” da federação e admite que “não é agradável pôr na rua quem não tem um espaço para morar”, mas alerta que cada parque de campismo estabelece as próprias regras de pernoita e que a lei portuguesa é clara: não se pode usar parques de campismo como morada permanente.
Ainda assim, o presidente da FCMP lembra que houve exceções, nos tempos da pandemia de Covid-19, quando foram celebrados contratos entre as Câmaras Municipais e autarquias e alguns parques de campismo, para, efetivamente, dar tecto a quem “não tinha para onde ir”. Paulo Sousa entende, por isso, que “é uma questão governativa” e que a federação não deve substituir-se ao papel dos políticos.
“É ao Estado que compete resolver estes problemas de habitação e não, propriamente, às entidades que têm parques de campismo”, argumenta.
A FCMP reconhece que não sabe ao certo o número de pessoas que estão, neste momento, a viver em parques de campismo, mas tem conhecimento de “alguns casos” e sabe também que não são só os portugueses que recorrem a tendas, caravanas e bungallows, por não conseguirem ter uma casa própria.
Garante, aliás, que a maioria destas pessoas são imigrantes, que partilham “abertamente” a situação em que se encontram, nas redes sociais. Há cada vez mais denúncias destas, nestes canais digitais, e Paulo Sousa garante que a FCMP vai continuar a acompanhar o fenómeno.