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Feira Raiana serve de pretexto para homenagem a Joaquim Morão

Socialistas e círculo mais próximo desdobram-se em esforços, para tentar limpar a imagem do ex-autarca, agora acusado pelo crime de fraude na obtenção de subsídio. Decorreu ontem, dia 26 de Julho, no auditório do Centro Cultural Raiano, a sessão de abertura da XXIV edição da Feira Raiana, certame transfronteiriço de actividades económicas, que terá lugar até ao próximo dia 4 de Agosto, na vila de Idanha-a-Nova

Feira Raiana serve de pretexto para homenagem a Joaquim Morão
Foto: Regiões

Socialistas e círculo mais próximo desdobram-se em esforços, para tentar limpar a imagem do ex-autarca, agora acusado pelo crime de fraude na obtenção de subsídio. Decorreu ontem, dia 26 de Julho, no auditório do Centro Cultural Raiano, a sessão de abertura da XXIV edição da Feira Raiana, certame transfronteiriço de actividades económicas, que terá lugar até ao próximo dia 4 de Agosto, na vila de Idanha-a-Nova

A cerimónia oficial, que começou pelas 18:00 h, contou com a presença de diversos autarcas portugueses e espanhóis, diferentes entidades e ainda, em representação do Governo Português, do secretário de Estado da Agricultura, Rui Ladeira, licenciado em Engenharia Agronómica – ramo florestal, pela Escola Superior Agrária de Castelo Branco.

No decorrer da sessão de inauguração, o Município de Idanha-a-Nova, responsável pela organização do certame, quis render homenagem a cidadãos que se distinguiram pela sua acção no desenvolvimento do concelho, sendo os visados Joaquim Morão, ex-autarca de Idanha-a-Nova, Jean Claude Rodet, intitulado “doctor em agricultura biológica”, e Nicolau Zouros, da Rede Global de Geoparkes.

A título póstumo, foram ainda homenageados Alfredo Vasconcelos, promotor do Boom Festival, e João Dionísio, Presidente da Assembleia Municipal de Idanha-a-Nova, recentemente falecido.

Para assinalar a homenagem, foram oferecidos adufes de oiro aos homenageados, e aos seus representantes, tendo Joaquim Morão sido agraciado com a entrega das chaves de Oiro da Vila de Idanha-a-Nova.

O ex-autarca de Idanha-a-Nova tomou depois a palavra para agradecer a homenagem que lhe foi feita pelo Município, num discurso onde esteve visivelmente emocionado, e onde afirmou que deve aos idanhense tudo aquilo que é. «Bem hajam, bem hajam todos», afirmou.

Recorde-se que Joaquim Morão foi presidente da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova entre 1981, ano em que sucede, à frente da autarquia, a Pedro Augusto Camacho Vieira (falecido num acidente de viação em cuja viatura Joaquim Morão também seguia), e 1997, ano em que viria a ser eleito para a presidência da Câmara Municipal de Castelo Branco.

Ao ascender à edilidade idanhense, Joaquim Morão encontrou um concelho sem infraestruturas básicas, com deficientes ligações viárias e poucos equipamentos públicos. Parte do início do seu consulado coincidiu com um período em que o Portugal beneficiou de fundos europeus estruturais e de coesão sem precedentes, que permitiram ao país conhecer, em pouco tempo, um desenvolvimento notável. A sua acção enérgica e determinada, e a sua habilidade na captação de fundos de investimento, que se traduziram no incremento de muitas obras públicas necessárias e de primeira necessidade, valeram-lhe uma quase idolatria, por parte de uma população analfabeta, acrítica, dependente e envelhecida.

Nos últimos anos, porém, a imagem pública de Joaquim Morão, enquanto autarca modelo, tem sido ofuscada por múltiplos escândalos mediáticos, em resultado de rigorosos trabalhos de investigação jornalística de fundo, que têm trazido ao de cima uma faceta até agora desconhecida do edil, como sucedeu com caso dos terrenos da Várzea, da Misericórdia de Idanha-a-Nova, ou da Quinta da Fonte Insonsa, para enumerar apenas alguns.

Seguiram-se diferentes investigações criminais e processos judiciais, pelo seu alegado envolvimento em esquemas de favorecimento e de corrupção, como o do saco azul do Partido Socialista, junto da Câmara Municipal de Lisboa, sob o consulado de Fernando Medina, num processo em que Joaquim Morão já foi constituído arguido.

Nos últimos dias, Joaquim Morão ficou ainda a saber que será julgado nos Tribunais, com mais 4 autarcas e ex-autarcas socialistas, pelo crime de fraude na obtenção de subsídio ou subvenção, em resultado de uma investigação que esteve a cargo do Departamento de Investigação e Acção Penal Regional de Coimbra.
Em resultado dessa investigação, o Ministério Público concluiu ter existido o recebimento indevido de um valor na ordem dos 200 mil euros, por parte deuma associação da qual Morão era presidente da direcção, facto que precipitou a sua saída de Presidente da Direcção da Caixa de Crédito Agrícola Sul, onde decorria, há mais de um ano, um processo de averiguação de idoneidade. Tendo criado durante a sua vida pública uma importante rede de clientela, que alimentou com favores e influência, e que se instalou nos diversos sectores onde exerceu o poder (política autárquica, Partido Socialista, banca, empresariado, Misericórdia), o seu círculo mais próximo e certo grupo de socialista em que Morão ainda exerce alguma influência, têm-se desdobrado em iniciativas tendentes a limpar a sua imagem mais recente, havendo mesmo quem queira ver nestas iniciativas uma tentativa de condicionar a acção da Justiça.

A homenagem que agora lhe prestou o Município de Idanha-a-Nova, presidido por Armindo Jacinto, autarca que Morão ali colocou como seu delfim, é disso mais um exemplo acabado, segundo certas opiniões.

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