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Fim das subvenções aos combustíveis agrava situação social das famílias angolanas

O preço do litro da gasolina ficou, há uma semana, mais caro para os angolanos, com a eliminação gradual dos subsidiados estatais aos combustíveis, mas a medida não abrange o setor produtivo e taxistas. O litro de gasolina passou de 160 (de 0,25 euros) para 300 kwanzas (0,48 euros).

O preço do litro da gasolina ficou
DR

A população questiona a medida que pode agravar a situação social decorrente da crise económica que atravessa país, com perda do poder compra das famílias e do kwanza a desvalorizar-se a favor do dólar.

O Governo angolano adotou uma série medidas que visam acautelar o impacto das reformas sociais, no seguimento da remoção parcial das subvenções estatais dos subsídios aos combustíveis, nomeadamente o preço do litro da gasolina que passa de 160 (de 0,25 euros) para 300 kwanzas (0,48 euros) por litro.

Ao anunciar o corte das subvenções à gasolina, o ministro angolano de Estado e da Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, esclarece o mote que está na base da subida do preço do litro de gasolina para 300 kwanzas (0,48 euros).

Na opinião do ministro de Estado e da Coordenação Económica, o processo sobre a remoção dos subsídios aos combustíveis é gradual, mas não abrange o setor produtivo e taxistas e moto-taxistas, porque o Estado vai continuar a subvencionar a produção agrícola e a pesca artesanal.

“Gasolina tem hoje o preço fixado de 160 kwanzas (0,25 euros) o litro, mas o seu preço de mercado em 2022, foi de 533,27 kwanzas [0,86 euros] o litro, quer dizer que o preço atual que nós compramos nas bombas de gasolina está muito abaixo do preço do mercado. O preço da gasolina passará, a partir de uma 1h00 do dia 2 de Junho, destes 160 kwanzas (0,25 euros) por litro para 300 kwanzas (0,48 euros) por litro”, refere Manuel Nunes Júnior.

“O Estado vai continuar à subvencionar o preço de venda da gasolina ao sector produtivo, nomeadamente a produção agrícola e a pesca artesanal. Por outro lado, é importante referir esse aspecto, as tarifas dos taxistas e moto-taxistas vão ser subvencionados”.

Em 2022, a subvenção aos preços dos combustíveis ascendeu a cerca de 1,98 biliões de kwanzas, o correspondente ao câmbio atual a 3,8 mil milhões de dólares (3,5 mil milhões de euros).

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Reações multiplicam-se

Em reacção, o automobilista Mateus Agostinho teme que a medida venha alterar o preço dos bens essenciais alimentares que disparam a cada dia passado e diz não entender a subida da gasolina num país produtor de petróleo e responsabiliza o governo pelo agravamento do tecido social das famílias. “Não se entende um país como nosso, produtor de combustível e de um dia para outro o combustível, subiu desta forma, mas pelo menos preparavam as pessoas ao anunciar com um mês de antecedência. Eu até agora não estou a conseguir entender”.

Enfurecida, Maria Adão entende que a medida vai empobrecer ainda mais o pobre que já é pobre, sublinhando ser um erro a subida do litro da gasolina e acha que o governo, ao tomar a iniciativa, tinha que acompanhar com aumento do salário. “Eles estão a fazer uma subida de 100%, os nossos governantes têm que contar também com os salários das pessoas. Os salários não subiram. Acho que não está certo”.

O anúncio também não terá caído muito bem para Luís Lazaro, motorista de uma rede hoteleira. O jovem condutor pensa que o país não está preparado para a subida do combustível devido a uma série de dificuldades sociais, daí que questiona as razões da nova tarifa. “Mas para quê a subida de combustível? Na realidade, o nosso país não está nesse nível para subir o combustível a 300 (0,48 euros) ”, questionou Luís Lazaro.

O Governo angolano vai liberalizar os preços dos combustíveis, de forma faseada, até 2025, começando pela remoção parcial dos subsídios à gasolina, cujo preço será “livre e flutuante” já no próximo ano.

 

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Francisco Paulo
Francisco Paulo
Jornalista desde 2009, começando a carreira jornalística no extinto semanário “O Desperte”. Passando por diferentes redações em Angola, como a Rádio Despertar, TV Palanca (PTV), Semanários Angolense, A Capital e O Crime.

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