A Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) propôs a suspensão preventiva do diretor, de um chefe e de sete guardas prisionais em funções na cadeia de Vale de Judeus no momento da fuga de cinco reclusos ocorrida em setembro de 2024. A informação foi confirmada esta quinta-feira por fonte oficial do Ministério da Justiça.
De acordo com a mesma fonte, os visados encontram-se atualmente a ser notificados das acusações que constam nos processos disciplinares instaurados em outubro, tendo agora a possibilidade de apresentar a sua defesa antes da decisão final por parte da DGRSP.
A tutela indicou que foram reunidos “indícios fortes de violação de deveres disciplinares”, situação que justifica a aplicação de sanções consideradas graves. A proposta de suspensão reflete a gravidade dos factos apurados durante a investigação interna conduzida pelo organismo tutelado pelo Ministério da Justiça.
A fuga teve lugar a 7 de setembro de 2024, na prisão de Vale de Judeus, em Alcoentre (concelho da Azambuja), envolvendo cinco reclusos: o argentino Rodolfo Lohrmann, o britânico Mark Roscaleer, o georgiano Shergili Farjiani, e os portugueses Fábio Loureiro e Fernando Ribeiro Ferreira. Todos foram posteriormente recapturados pelas autoridades.
Os detidos cumpriam penas que variavam entre os sete e os 25 anos de prisão por crimes graves, incluindo tráfico de droga, associação criminosa, sequestro, roubo e branqueamento de capitais.
O caso gerou grande controvérsia pública e motivou críticas à gestão e segurança da unidade prisional, tendo originado nove processos disciplinares que agora se aproximam da fase de decisão.
A DGRSP garantiu estar a agir em conformidade com os procedimentos legais e reforçou o seu compromisso com o rigor, a responsabilização interna e a segurança das instituições prisionais.