O Governo anunciou que 75 mil pessoas passarão a ter acesso a médico de família no Hospital de Cascais até ao final deste ano, numa medida que envolverá um investimento de seis milhões de euros. A iniciativa surge no âmbito do Plano de Emergência e Transformação da Saúde, aprovado em maio, e visa colmatar a crescente falta de especialistas em medicina geral e familiar no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
António Leitão Amaro, ministro da Presidência, sublinhou que a contratualização das listas de utentes com o Hospital de Cascais permitirá um custo inferior em 24 euros por doente, quando comparado com outras soluções. Este valor representa uma poupança significativa para o Estado, ao mesmo tempo que alarga o acesso a cuidados primários de saúde para milhares de cidadãos.
A medida abrange principalmente utentes da Unidade Local de Saúde Amadora-Sintra e da Unidade Local de Saúde Lisboa Ocidental, regiões fortemente afetadas pela falta de médicos de família. O Hospital de Cascais, integrado no SNS através de uma Parceria Público-Privada, será o principal local de atendimento para os novos utentes.
A falta de médicos de família é um dos problemas mais graves no SNS, com o número de pessoas sem um especialista atribuído a aumentar de forma preocupante nos últimos anos. Desde agosto de 2019, o número de utentes sem médico de família passou de 644 mil para mais de 1,6 milhões, um agravamento de mais de um milhão de pessoas. Esta nova medida procura aliviar parte da pressão que o sistema de saúde tem vindo a enfrentar, assegurando cuidados a um vasto número de utentes até ao final de 2024.