O primeiro-ministro, Luís Montenegro, afirmou esta quarta-feira que o Governo não tomará decisões sob pressão ou coação, em resposta à manifestação não autorizada dos bombeiros profissionais, ocorrida na terça-feira. Durante a inauguração de um novo equipamento de saúde em Celorico de Basto, no distrito de Braga, o chefe do Executivo sublinhou que o Governo não será complacente com comportamentos que violem as regras do Estado de Direito ou com reivindicações desmedidas que ultrapassem as possibilidades financeiras do Estado.
“É preciso que todos tenham a noção de que o Governo não vai decidir nunca na base de coação, nem irá ceder a aqueles que exigem mais do que aquilo que é possível oferecer, nem mais do que o que já é disponibilizado a outras carreiras da administração pública”, afirmou Montenegro.
O primeiro-ministro reiterou que, apesar do esforço do Governo para valorizar a carreira dos bombeiros profissionais, especialmente em termos de justiça relativa e equidade com outras carreiras da administração pública, as negociações não serão feitas à custa de promessas impossíveis de cumprir.
Montenegro afirmou que a suspensão das negociações com os bombeiros, decretada pelo Governo após os confrontos durante a manifestação, não irá afetar os esforços de valorização das suas condições de trabalho. Contudo, o chefe do Governo reforçou que a ação de protesto, que incluiu o uso de petardos em frente ao edifício do executivo, prejudica a imagem da classe. “Os excessos cometidos penalizam a imagem dos bombeiros”, disse Montenegro, apelando a todos os cidadãos que se manifestam a fazê-lo dentro dos limites da legalidade e do respeito social.
As negociações com os bombeiros profissionais estão em fase avançada, e o Governo está a trabalhar para equilibrar a valorização da sua profissão com a necessidade de garantir a equidade nas demais áreas da administração pública. Montenegro acrescentou que a atual política de valorização para os bombeiros segue a linha do esforço já realizado com as forças de segurança e as forças armadas, mantendo sempre em mente que os recursos do Estado são limitados.
O primeiro-ministro destacou que é essencial que todos os portugueses compreendam que o Governo está a agir em função das necessidades de toda a população, sem privilegiar qualquer grupo em particular, e que, apesar dos esforços contínuos, não se pode criar expectativas irrealistas ou prometer o que não é possível cumprir.