O Governo português compromete-se a aumentar o investimento na defesa, sem afetar o equilíbrio orçamental e o Estado social, apesar de ainda existirem incertezas sobre a meta dos 2% do PIB em despesas militares. Em declarações à agência Lusa, o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, afirmou que o país irá intensificar os esforços para reforçar a defesa, embora não tenha avançado com um prazo ou valor específico para atingir a meta de alocar 2% do PIB a esta área, inicialmente prevista para 2029
A meta será revista na próxima cimeira da NATO, que terá lugar em junho. O ministro garantiu que o Governo está a trabalhar em cenários que permitam acelerar o aumento da despesa com a defesa, sem prejudicar a estabilidade das contas públicas. “A nossa prioridade é manter o equilíbrio orçamental, continuar a reduzir a dívida pública e garantir que o reforço da defesa não interfira com o Estado social”, sublinhou.
Joaquim Miranda Sarmento destacou a importância de um esforço coordenado a nível europeu para fortalecer a capacidade de defesa, enfatizando que cada país membro deve assumir responsabilidades de acordo com sua posição geográfica e capacidade económica. Em relação a Portugal, o Governo planeia focar investimentos em áreas como a marinha, a força aérea, a cibersegurança e os ‘drones’.
A antecipação da meta de 2% do PIB para a defesa não deverá afetar o equilíbrio orçamental, uma vez que o Governo mantém a previsão de excedentes até 2028. Contudo, a Comissão Europeia já alertou que o esforço de atingir a meta de 2% poderá agravar o défice orçamental em 1,2% do PIB até 2029. O ministro assegurou que, embora o exercício orçamental de 2026 seja mais exigente, o Governo não comprometerá a sustentabilidade das finanças públicas.