O financiamento da Linha Violeta do Metro de Lisboa, anteriormente previsto com fundos do Plano de Recuperação e Resiliência, vai passar pelo Banco Europeu do Investimento, Orçamento do Estado e Fundo Ambiental, revelou o Governo. O presidente da Câmara de Loures já se congratulou com a decisão do Governo de aprovar o reforço de verbas para a construção da linha de metro de superfície que vai ligar aquele concelho ao de Odivelas.
A linha Violeta do metro de Lisboa, que vai servir os concelhos de Loures e Odivelas, vai custar mais 150 milhões de euros face ao investimento previsto, que era de 527 milhões de euros.
O custo da linha deverá ascender, assim, a 677 milhões de euros. O aumento foi aprovado esta segunda-feira em conselho de ministros. O valor foi revelado na manhã desta terça-feira em comunicado pelo Ministério das Infraestruturas.
Entretanto, o presidente da Câmara de Loures congratulou-se nesta terça-feira com a decisão do Governo de aprovar o reforço de verbas para a construção da linha de metro de superfície que vai ligar aquele concelho ao de Odivelas.
“Eu, na sexta-feira, já tinha alertado o Governo para a necessidade urgente desta expansão do metro a Loures, para que não ficasse refém desta crise política. Houve uma resposta positiva de reforçar a verba necessária para que agora se inicie rapidamente todos os processos para o lançamento do concurso”, disse Ricardo Leão (PS) à agência Lusa.
Para, além do custo, também o prazo para a conclusão das obras foi estendido. A linha deveria ficar concluída, segundo as últimas previsões, até 2027, mas o Governo reviu agora esse prazo em dois anos, pelo que só haverá ligação de metro em Odivelas e Loures em 2029.
Concurso a três meses
Segundo Ricardo Leão, existem condições para que este concurso possa ser lançado “o mais rapidamente possível” e que decorra “num prazo mais curto” (três meses).
“Não vai ser nos moldes tradicionais porque o mercado já conhece a proposta. Esperamos rapidamente estar a fazer a adjudicação desta importante obra e deste importante investimento para o concelho de Loures”, sublinhou.
O financiamento da Linha Violeta do Metro de Lisboa, anteriormente previsto com fundos do Plano de Recuperação e Resiliência, vai passar pelo Banco Europeu do Investimento, Orçamento do Estado e Fundo Ambiental.
A revisão do custo da linha em alta tinha sido revelada na conferência que se seguiu ao último conselho de ministros. O ministro António Leitão Amaro afirmou que o concurso para a construção da obra “não teve sequência” pelos valores que estavam previstos, por serem demasiado baixos. “É necessário lançar o concurso, materializar esta obra e rever os valores em alta, dadas as condições dos preços”, acrescentou.
Propostas rejeitadas
No concurso para a construção da linha Violeta, todas as propostas apresentadas foram rejeitadas “por excederem o preço base do concurso aberto pelo anterior Governo, numa média de cerca de 46%”, lembra o Executivo.
Segundo o ministério liderado por Miguel Pinto Luz, foi assim decidido um aumento de cerca de 28% do valor da empreitada em relação ao previsto, além da “abertura a novas fontes de financiamento nacionais e europeias”.
A construção da Linha Violeta previa um investimento inicial de 250 milhões de euros para a empreitada de conceção e construção da infraestrutura, bem como a aquisição de material circulante e do sistema de sinalização. O primeiro prazo previsto a conclusão era dezembro de 2025, tendo chegado a ser revisto para 2027.
Preços actualizados
“A atualização de preços ocorrida entre a conclusão do estudo e o momento do novo procedimento de contratação pública da empreitada, levou o Governo a aprovar, através de uma nova Resolução do Conselho de Ministros, um acréscimo de 150 milhões de euros ao valor total do projeto”, refere o ministério. Por causa do atraso, a linha Violeta não poderá ser incluída no PRR, o que já tinha sido confirmado pelo Governo em fevereiro.
O financiamento será assim assegurado pelo Banco Europeu de Investimento (BEI) e pelo reforço da componente nacional do financiamento, através do Orçamento de Estado e do Fundo Ambiental.
A linha Violeta terá 11,5 km de extensão e 17 estações. No concelho de Loures serão construídas nove estações que servirão as freguesias de Loures, Santo António dos Cavaleiros e Frielas, numa extensão de cerca de 6,4 km, detalha o Governo.
Já em Odivelas haverá estações nas freguesias de Póvoa de Santo Adrião e Olival de Basto, Odivelas, Ramada e Caneças, numa extensão total de cerca de 5,1 km. Doze das estações serão de superfície, três subterrâneas e duas em trincheira.